15 fev, 2023 - 13:13 • José Barata
Luís Cirilo considera que a entrada de um investidor na SAD do Vitória Sport Clube é determinante para sustentar o clube, do ponto de vista financeiro, e alavancá-lo, do ponto de vista desportivo. Nesse mesmo comprimento de onda, a direção do Vitória, liderada por António Miguel Cardoso, anunciou um princípio de acordo com o fundo V Sports, detentor do Aston Villa, para a veda de 46% do capital social da sociedade.
O antigo vice-presidente do clube, e atual membro da Comissão do Centenário, coloca algumas dúvidas sobre se este é o parceiro ideal, tendo em conta os detalhes já conhecidos do negócio e o valor injetado no clube. Essencial, sublinha, é que fique salvaguardado que o Vitória tenha sempre posição maioritária na SAD. Algo que é também inegociável para António Miguel Cardoso, que apresentará a proposta aos sócios, em Assembleia Geral.
"O Vitória, para recuperar de mais de uma década de atraso, em que tem andado a marcar passo, apenas com um ou outro sucesso pontual, precisa de um investidor que traga mais-valia financeira e desportiva, e que permita ao Vitória recuperar o seu lugar, de quarto clube português. Se é com este negócio ou não, face ao que se sabe, não me parece que seja possível pelo valor que estamos a falar. Mas é preciso esperar por mais explicações. Agora que é preciso fazer um negócio destes, não tenho a mínima dúvida", reconhece o antigo dirigente, em entrevista à Renascença.
Operação permite encaixe imediato de 5,5 milhões d(...)
A operação permitirá um encaixe imediato de 5,5 milhões de euros e a possibilidade de recorrer a um empréstimo. Em comunicado, o Vitória informou que o clube "irá manter-se como acionista maioritário da sociedade desportiva".
Um condição, reforça Luís Cirilo, fundamental, mas que carece de garantia. Sobretudo, no que diz respeito à linha de crédito de 20 milhões de euros que a V Sports disponibilizará, a uma taxa de juro baixa, revela a direção, mas que pode, na opinião do antigo dirigente, redundar numa forma "não visível de perder a maioria da SAD".
"Depois do que se passou nos últimos anos no Vitória, não acredito que nenhum sócio aceitaria que o clube perdesse a maioria da sua SAD. A manutenção dessa maioria é um ponto importante neste negócio, se ele se vier a fazer. Há aqui uma questão que tem de ser muito bem explicada, que é a linha de crédito de 20 milhões de euros, quer em relação ao juro que vai ser pago, quer as garantias que o Vitória vai dar se recorrer a esse dinheiro, porque pode haver formas não visíveis de perder a maioria da SAD", avisa.
O fundo V Sports, que detém Aston Villa, já tinha tentado entrar no capital da SAD do Vitória, ainda durante a presidência de Miguel Pinto Lisboa. Agora chega a acordo com a atual direção, presidida por António Miguel Cardoso.