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Jogador do Marítimo denuncia suborno para perder com Benfica

27 jan, 2023 - 08:37 • Olímpia Mairos , com redação

Notícia avançada pelo jornal "Expresso". Edgar Costa diz ter sido aliciado com 30 mil euros para jogar mal e não rematar à baliza. O visado, o empresário Miguel Pinho, nega a acusação.

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Um jogador do Marítimo acusa o empresário Miguel Pinho, que agencia atletas como Bruno Fernandes, de suborno para perder com Benfica, segundo avança o jornal "Expresso". Processo no âmbito do qual a SAD do clube da Luz e os membros do Conselho de Administração foram constituídos arguidos.

De acordo com a publicação, a denúncia é de Edgar Costa, feita à procuradora Andrea Marques, magistrada que, em 2019, estava responsável pela investigação às suspeitas de corrupção que envolviam o Benfica.

Em 2018, a SIC exibiu uma reportagem em que dois jogadores do Marítimo, sob anonimato, garantiam ter sido aliciados por empresários alegadamente ligados ao Benfica.

Os empresários teriam oferecido 40 mil euros aos dois atletas para jogarem propositadamente mal na penúltima jornada da época 2015/16, que o Benfica venceu por 2-0, na Madeira. As águias venceram o campeonato com dois pontos de vantagem para o Sporting.

Milhares de euros para jogar mal


Já em interrogatório, em junho de 2019, Edgar Costa assumiu ter sido um dos jogadores entrevistados. No entanto, negou que tivesse sido aliciado pelo empresário César Boaventura ou por Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico da SAD do Benfica.

Em vez disso, segundo o depoimento a que o "Expresso" teve acesso, Edgar Costa revelou que tinha sido convidado por telefone, por um homem que dizia ser empresário, para um encontro no Pestana Casino Park, no Funchal. Aceitou porque pensava que seria uma proposta para a carreira. Lá, foi convidado a subir a um quarto no terceiro andar, onde o esperava um segundo homem.

Os dois homens ter-lhe-ão dito "que estavam ali em nome do Benfica" e que tinham 30 mil euros para lhe dar caso "estivesse disposto a jogar mal e a não rematar à baliza". Também lhe terão prometido um novo contrato, com salário mais elevado ao que auferia no Marítimo, num clube não identificado.

Edgar Costa garante que recusou, porque queria continuar a ser "um homem livre" e porque é maritimista "do coração". Durante o interrogatório, o avançado identificou o homem que o contactara inicialmente e o levara ao quarto de hotel: o empresário de futebol Miguel Pinho, CEO da Positionnumber e que representa jogadores como os internacionais portugueses Bruno Fernandes e Nuno Mendes.

Empresário nega acusações


Miguel Pinho tem ligação ao Benfica através do futebol de formação e cujo nome foi implicado, recentemente, pelo "Correio da Manhã", num caso de vendas inflacionadas de jogadores por 15 milhões de euros.

Ainda segundo o "Expreso", Edgar Costa também disse que tinha "ouvido falar" de um prémio de 400 mil euros - 12 mil para cada jogador -, por parte do Sporting, a todo o plantel do Marítimo, caso derrotassem o Benfica.

Contactado pelo jornal, Miguel Pinho nega a acusação de Edgar Costa, jogador e ainda um dos capitães do Marítimo, que classifica como "descabidas e sem fundamento".

Contudo, o depoimento do avançado pode ser utilizado em tribunal e, se voltar atrás, Edgar Costa incorre num crime de falsas declarações.

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