10 out, 2022 - 12:45 • Carlos Dias
O investimento do Qatar no Sporting de Braga pode ser uma mudança histórica no futebol português. Daniel Sá, diretor-executivo do IPAM, Instituto Português de Administração e Marketing, acredita que o futuro passará por investimento estrangeiro e até aquisições totais.
O grupo de investimentos do Qatar, que é dono do Paris Saint-Germain, adquiriu oficialmente esta manhã, 21,67% do capital da SAD do Sporting de Braga.
Para Daniel Sá, pode ser o início de uma nova era no futebol português.
"Já há investimento estrangeiro há vários anos em Portugal, mas não desta forma estratégica e expressiva e que pode mudar a estrutura do futebol português. O Braga tem feito um período extraordinário em termos desportivos e financeiros, e sabemos o investidor que é, a força que tem e que pode mudar as regras do jogo", começa por dizer a Bola Branca.
O especialista explica que é preciso aguardar para entender as intenções do grupo: "Não sabendo as intenções deste novo investidor, mas seguramente que podemos estar perante uma mudança histórica na realidade do futebol português".
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Daniel Sá espera um posicionamento ativo dos donos do PSG como investidores da SAD do Sporting de Braga.
"Depende se vamos ter um investidor mais passivo ou ativo. Espero um investidor mais ativo, porque é tão endinheirado que seguramente que não é por este investimento que vai mudar as suas contas", diz.
O Braga poderá passar a funcionar como uma espécie de clube satélite do PSG, mas o grupo tem coisas a ganhar com os minhotos.
"A estratégia passará por fazer parte de um clube com um percurso notável. Pode haver possibilidade de utilizar o Braga como espécie de clube satélite no plano desportivo e beneficar da aprendizagem da performance financeira e desportiva do Braga. Uma relação bilateral vantajosa para as duas partes", prevê.
Para Daniel Sá não vai faltar muito tempo para a chegada do investimento estrangeiro aos chamados três grandes do futebol português, Benfica, FC Porto e Sporting.
"Há uma questão histórica a ultrapassar. Nos clubes latinos, ainda temos o pensamento que os clubes são dos sócios, e são, até agora. Mas acredito que cada vez mais são dos sócios de forma simbólica. Falamos de grandes empresas. Os três grandes portugueses são muito apetecíveis. Se o Braga é uma boa aposta, imaginem os três grandes", atira.
O especialista acredita até em compras do total do capital social: "Imagino participação deste género minoritária como uma aquisição total, mais tarde ou mais cedo, acho que vai acontecer".