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Hélio Martins

Chegou o último dia do mercado. "Negócios estão à porta da baliza, agora é preciso finalizar"

01 set, 2022 - 08:00 • Inês Braga Sampaio

Hélio Martins, agente de jogadores da SoccerSoul, projeta, em entrevista à Renascença, o último dia do mercado de transferências em Portugal e no resto da Europa.

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O mercado de transferências de verão não começa a 1 de julho, apesar de ser essa a data oficial. De acordo com Hélio Martins, empresário de jogadores e CEO e fundador da agência SoccerSoul, só assim os negócios chegam ao último dia da janela a precisar apenas da finalização.

Em entrevista à Renascença, Hélio Marins admite que este tem sido um mercado de transferências "um pouco agitado". Apesar disso, o empresário espera um último dia de relativa tranquilidade, em Portugal.

"Não me acredito que o último dia de mercado seja muito agitado. As coisas certamente estarão praticamente, como nós costumamos dizer, à porta da baliza, e agora é preciso finalizar", explica o empresário.

Para o último dia, ficam negócios como os das idas de Julian Draxler e Rúben Vezo para o Benfica, a transferência de Samuel Portugal para o FC Porto e a assinatura de Arthur Gomes pelo Sporting.

Benfica é grande que melhor se reforçou


Hélio Martins destaca a iminente contratação de Draxler pelo Benfica, "um nome sonante". O clube da Luz é o grande que "sai mais reforçado deste mercado de transferências", algo que também gera maior expectativa e, por conseguinte, pressão. O Porto e Sporting perderam "peças fundamentais", algumas das quais não foram devidamente substituídas.

De facto, em relação a dragões e leões, e à parte os negócios já conhecidos — Samuel Portugal, que transita do Portimonense do Dragão, e Arthur Gomes, do Estoril para Alvalade —, o agente não acredita que haja ainda movimentações inesperadas de última hora, pois os plantéis "já estão praticamente fechados".

"Muitas das vezes, estes clubes fazem um trabalho ponderado. Agora, podem sempre surgir oportunidades e acredito que os clubes estejam atentos, para não os deixar escapar, mas não estou a ver a acontecer algo de surpreendente no último dia do mercado", refere.

Quanto aos restantes clubes da I Liga, Hélio Martins não arrisca avaliar se os plantéis estão mais fortes ou mais fracos desde o final da temporada passada. No entanto, assinala que esta está a afigurar-se como uma época em que "toda a gente pode ganhar, como todos podem perder".

"Praticamente todas as equipas já pontuaram na I Liga. Os grandes podem ser surpreendidos. Vai ser um campeonato competitivo. Acredito que será beneficiado pela imprevisibilidade dos resultados", vinca.

Mercado começa muito antes de abrir


No último dia, as emoções são mais fáceis de gerir para quem tem trabalho feito desde o início do mercado ou mais cedo ainda, sublinha Hélio Martins: "Quando se diz que o mercado começa a 1 de julho, não é verdade. Começa antes."

Da mesma forma, as transferências que acontecem nos últimos dias do mercado são "trabalho de muitas semanas". Tanto da parte dos agentes, como dos clubes, que "têm cada vez mais definidos as suas exigências e os seus alvos".

Na interação com os jogadores, parte crucial do trabalho de um empresário, tem de haver uma "gestão de expectativas e de emoções".

"Não é só pelo último dia, mas sim pelo decorrer dos dias. Serenidade e tranquilidade são as palavras de ordem. Acredito muito que o finalizar de um mercado é um trabalho contínuo e não momentâneo. Pode acontecer algo de última hora e temos de estar preparados para responder às necessidades do clube, mas o trabalho deve ser contínuo", salienta.

Como reagir a uma perda de última hora


Se o último dia do mercado de transferências em Portugal será tranquilo, Hélio Martins já não espera o mesmo no resto da Europa.

"Vê-se uma agitação, sobretudo em Inglaterra, que é sempre um mercado em que é até à última. Se falarmos de clubes com capacidade financeira acrescida, é notório que eles esperam sempre pelo melhor momento para agir e fazer a melhor operação", assinala o agente.

Agitação essa que pode afetar Portugal e, até, causar um efeito dominó. Hélio Martins considera, contudo, que em Portugal "está repleto de excelentes treinadores", que mostram capacidade de "superar as perdas de última hora e conseguir com que atletas que começaram a época como segundas ou terceiras opções passem para primeiras opções".

"Há que apostar em jogadores com que não estávamos a contar para aquela posição ou para aquele momento do campeonato. Há que arriscar. Se o treinador tiver capacidade de preparar os jogadores mentalmente, perder um titular torna-se mais fácil", sublinha.

O mercado de transferências em Portugal termina à meia-noite.

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