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Casa Pia não estará obrigado a receber Porto e Sporting em Leiria

11 ago, 2022 - 14:00 • Sílvio Vieira , Luís Aresta

Lúcio Correia, professor em Direito do Desporto, considera que norma que prevê jogos com os três grandes, na condição de visitado, no mesmo estádio, no caso de uma marcação opcional, é "absurda" e não credibiliza a competição. Situação do Casa Pia será exceção, porque o motivo da deslocalização do jogo tem como fundamento a realização de obras que impossiblitam a utilização do seu estádio.

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O Casa Pia vai jogar com o Benfica no Estádio Municipal de Leiria, na 2.ª jornada da I Liga, mas não estará obrigado a jogar com FC Porto e Sporting naquele recinto, como prevê o n.º 4 do artigo 29.º do Regulamento das Competições organizadas pela Liga Portugal.

Em causa está a exceção que consta do n.º 7 do mesmo artigo, em que "é admitida a alteração temporária de estádio, no caso de obras exigidas pela Liga Portugal (...), cuja realização impossibilite a utilização desse equipamento desportivo ou de alguma das suas partes integrantes (o relvado, designadamente)".

Ao que a Renascença apurou, caso as obras no Estádio Pina Manique estejam concluídas, o Casa Pia poderá disputar os jogos, na condição de visitado, com FC Porto, em janeiro, e Sporting, em abril, na sua casa e não estará obrigado a deslocar-se a Leiria.

A título de exemplo, em 2019/20, a B Sad jogou com FC Porto e Benfica no Estádio do Jamor e, devido às más condições do relvado, que impossibilitaram a utilização daquele recinto, receberam o Sporting no estádio da Cidade do Futebol.

Norma "é absurda e contempla o favorecimento de três em detrimento dos outros"

Independentemente da exceção que consta do Regulamento das Competições, a norma não deixa de ser observada pelo professor de Direito do Desporto, Lúcio Correia, como "absurda".

"Contempla o favorecimento de três em detrimento dos outros. O que me parece estranho e me espanta é como os clubes aceitam que haja uma norma criada para três clubes. Estranho até a posição do Sporting de Braga, que é neste momento um clube grande, e não veio a terreiro dizer que isto não faz sentido", afirma Lúcio Correia, em entrevista à Renascença.

Em causa está a alteração ao artigo 29.º do Regulamento de Competições da Liga que prevê que "um clube que pretenda indicar um jogo [noutro estádio] com as equipas da Futebol Clube do Porto, Futebol, SAD, Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD e Sport Lisboa e Benfica, Futebol, SAD, está obrigado a indicar o estádio alternativo para todos os três jogos (e apenas esses três jogos) que dispute na condição de visitado com essas três equipas”.

"Não me parece que isto leve a uma situação de verdade desportiva ou contribua para a credibilização da competição, pelo contrário. É uma questão de querer colocar três em pé de igualdade, em detrimento dos outros", comenta Lúcio Correia.

O professor de Direito do Desporto salienta que "quem fica prejudicado nesta situação são os adeptos do Casa Pia, que vão ter de se deslocar a Leiria neste fim de semana, por uma questão de impossibilidade, mas quando jogar com o Porto e o Sporting têm de voltar a deslocar-se a Leiria, mesmo que tenham condições no seu próprio estádio".

Por indisponibilidade do Estádio Pina Manique, que está em obras, o Casa Pia indicou o Estádio Nacional como campo alternativo. No entanto, a mudança do relvado do Jamor obrigou os lisboetas a procurar outra solução. Rio Maior foi a escolha, mas a impossibilidade de ter o sistema de vídeoarbitragem em funcionamento naquele estádio levou à marcação do jogo com o Benfica para Leiria.

O Casa Pia-Benfica está marcado para sábado, às 18h00, no Municipal de Leiria. O jogo tem relato na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.

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  • EU
    11 ago, 2022 PORTUGAL 16:46
    Daqui se pode concluir que em Portugal o FUTEBOL é pura diversão e não COISA SÉRIA. São SADs a disputar campeonatos de PRIMEIRA e os " SEUS " Clubes " alicerces " a disputarem REGIONAIS. São SADs falidas e Clubes criados recentemente após RESSUSCITAREM como "Jesus Cristo" o de 1930. Isto é uma BALBÚRDIA, não acham? É o que temos.

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