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António Miguel Cardoso

"Havia desalinhamento e Pepa excedeu limite que não podia admitir"

13 jul, 2022 - 15:00 • Redação

António Miguel Cardoso, presidente do Vitória de Guimarães, justifica a saída de Pepa. "Foi ultrapassada uma linha e não tinha outra hipótese que não fosse trocar de treinador", esclarece. O treinador vai expôr a sua versão dos factos em comunicado.

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O presidente do Vitória de Guimarães justifica a saída de Pepa com um "desalinhamento" entre o projeto que a direção pretende implementar e as ideias do treinador. A decisão de o demitir aconteceu após uma reunião, na terça-feira, em que houve limites ultrapassados.

"Ontem [terça-feira] tivemos mais uma reunião para falar sobre uma potencial contratação e o treinador, em reunião particular, excedeu determinados limites que, como presidente do Vitória, não posso admitir. Foi ultrapassada uma linha e não tinha outra hipótese que não fosse trocar de treinador e fazer um acordo, porque o caminho para o Pepa com esta direção estava desalinhado", afirma António Miguel Cardoso.

Em declarações aos jornalistas, em Guimarães com Moreno, o novo treinador, ao lado, o dirigente reforçou, em várias ocasiões, que a fratura com o Pepa tornou-se irreparável.

"Havia um desalinhamento entre os nossos ideais, que é a forma de salvar o clube, no nosso entendimento, e os interesses do treinador, perfeitamente justificáveis, porque quer ter rendimento desportivo, e não estaria tão preocupado com o futuro do clube", acrescenta.

António Miguel Cardoso ressalva que Pepa esteve sempre a par do projeto defendido pela atual direção - "sempre nos propusemos a tentar resolver duas situações: a vertente financeira e a vertente desportiva. Sempre dissemos que para ambas se resolverem teria de existir redução salarial, redução nas despesas, ter mais jovens de projeção, que pudessem vir da formação, aliando a esses alguns pilares, jogadores mais experientes" - e houve várias reuniões sobre a construção do plantel.

O "desalinhamento", no entanto, passou também a ser sentido pelo presidente nas declarações públicas de Pepa, quando no final dos treinos abertos, afirma, o treinador apresentava queixas sobre o plantel e "não motivava os jovens".

António Miguel Cardoso diz que tentou ser "flexível", até porque a equipa inicia a época já a 21 de julho, mas na terça-feira foi ultrapassada a tal linha que não deu margem de manobra ao presidente.

"Temos acordo [para a rescisão], sim. A linha é clara. Nós, Vitória, temos futuro. O Pepa tem futuro e desejamos-lhe a melhor sorte e à sua equipa técnica. Neste momento estou muito mais seguro relativamente ao jogo da próxima semana [com o Puskas, para a 1.ª mão da 2.ª pré-eliminatória da Conference League], do que estava há três dias. Não tem a ver com competência, tem a ver com um núcleo muito coeso que temos de criar entre jogadores, 'staff' e equipa técnica. O Vitória só terá sucesso se esse núcleo estiver fechado", defende.

A Renascença contactou Pepa para obter comentário a estas declarações de António Miguel Cardoso, mas o treinador irá emitir um comunicado em que apresentará a sua versão dos factos.

Moreno é aposta que se segue e o treinador, promovido da equipa B, dá totais garantias à direção:

"Desde o primeiro dia nas conversas com o Moreno, sei que ele é alguém plenamente consciente do que é projeto do Vitória. E é alguém que, no momento certo, se tiver de lançar um jovem lá para dentro, motiva-o e dá-lhe confiança. Queremos um balneário motivado e cheio de confiança e não alinhamos em discursos que para fora deixam os nossos jogadores enfraquecidos. Podemos ter um plantel mais barato, mas exigimos rendimento e resultados desportivos",

Sobre eventuais ondas de contestação dos adeptos, pela política desportiva adotada, António Miguel Cardoso explica que está em Guimarães "para defender os interesse do Vitória, mas sem medo de ter que sair se os sócios assim o entenderem".

"O Vitória não é o projeto da minha vida, é um dos projetos da minha via. Tem princípio, meio e fim. Estou aqui para defender os interesses do Vitória. É normal que não concordem com a venda do Rochinha. Terei de ouvir isso, mas não deixarei de tomar as decisões que eu ache que são as mais importantes para que o Vitória seja um clube cada vez maior e com um passivo cada vez menor", conclui,

Moreno sucede a Pepa no comando da equipa a uma semana da estreia oficial na temporada. O Vitória recebe o Puskas na quinta-feira, dia 21 de julho, às 20h30, em jogo da 1.ª mão da 2.ª pré-eliminatória da Conference League.

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