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Duarte Gomes. Arbitragem tem sido "genericamente positiva", mas falta afinar o VAR

13 out, 2021 - 22:15 • Pedro Azevedo com Redação

Antigo árbitro internacional lançou o livro "O Futebol Explicado no Relvado: Guia Prático das Regras de Jogo", para que todos percebam as regras e possam "criticar com legitimidade".

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Duarte Gomes considera que a arbitragem tem sido positiva, esta época, no entanto, avisa que pode ser ainda melhor. Algo que está dependente do videoárbitro (VAR), um "Ferrari" ainda a experimentar o motor.

O antigo árbitro apresentou, esta quarta-feira, o livro "O Futebol Explicado no Relvado: Guia Prático das Regras de Jogo". À Renascença, frisou que a ideia é "humanizar o papel do árbitro"; não "desculpá-lo, porque os árbitros cometem erros e devem ser responsabilizados". Erros que também têm sido cometidos esta temporada, ainda que Duarte Gomes considere que a arbitragem está a ser "genericamente positiva".

"Não tem sido uma época imaculada, nenhuma é, e acho que pode ser ainda mais bem conseguida. Tem havido um conjunto de erros, muito por responsabilidade da ação, ou inação, do VAR, que poderiam ser evitados, mas ainda acho que estamos na fase em que a tecnologia ainda está com as suas dores de crescimento. Não é apenas em Portugal: em todo o mundo há razões de queixa por erros evidentes aos olhos de toda a gente", salientou o antigo árbitro internacional e atual comentador.

Ainda assim, Duarte Gomes prevê que, daqui a uns anos, quando todos, incluindo os árbitros, estiverem adaptados à ferramenta, "a máquina estará muito mais afinada, porque o Ferrari, de facto, é muito bom".

Legitimidade para criticar


Relativamente ao livro que apresentou, Duarte Gomes pretende "passar a mensagem de que é possível compreender algumas situações de jogo, mesmo as menos consensuais e as mais difíceis de entender".

"Acima de tudo, a grande mensagem é de que todos nós precisamos de ter a humildade de perceber que não sabemos tudo. Há muita gente a falar de futebol e até mesmo a atuar no futebol sem conhecer as regras e isso não faz sentido. Ninguém joga à sueca sem conhecer os trunfos, portanto todos devemos conhecer melhor as regras, até para compreendermos melhor o trabalho do árbitro e o seu papel, ainda que discordando, criticando ou não gostando", apontou, nesta entrevista a Bola Branca.

Com uma abordagem "profundamente pedagógica", Duarte Gomes tenta que se perceba que "as coisas não são tão lineares como parecem".

"[O livro] tenta criar aqui uma ligação com o adepto, o jornalista, o treinador, o jogador, para que possam ao menos tenham motivo para criticar com legitimidade", explica o antigo árbitro, de 48 anos.

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