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Direção do Desportivo das Aves pede destituição da administração da SAD em tribunal

23 jul, 2020 - 10:34 • Redação com Lusa

A direção do clube, presidida por António Freitas, foi responsável pela presença da equipa no jogo com o Benfica e tenta assegurar a comparência no jogo com o Portimonense.

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A direção do Desportivo das Aves, último classificado da I Liga de futebol, deu entrada na terça-feira com uma ação judicial no Tribunal da Comarca de Santo Tirso, a pedir a destituição dos órgãos sociais da SAD.

O processo pode ser consultado no portal Citius, aplicação que concentra informação sobre o sistema judicial português, e foi distribuído na quarta-feira, no qual o clube liderado por António Freitas solicita a destituição de Wei Zhao, presidente da SAD, e de Estrela Costa, acionista da Galaxy Believers, empresa que gere a administração.

Constituída em julho de 2015, a sociedade anónima avense controla 90% das ações e detém um poder de decisão maioritário sobre o futebol profissional do emblema da Vila das Aves, enquanto o clube encarou um processo eleitoral em 27 de junho, culminado no triunfo do líder honorário, António Freitas, sobre o antigo futebolista e dirigente Joaquim Neves.

Este é o último episódio do diferendo entre as duas partes, na sequência da incerteza gerada em torno da realização da receção ao Benfica, na terça-feira, no encerramento da 33.ª jornada, que as águias venceram por 4-0, à qual a SAD informou no domingo que não iria comparecer, devido à anulação da apólice de seguro de acidentes de trabalho.

A situação foi resolvida pelo clube no dia seguinte. António Freitas, depois de reunir coma direção da Liga, assegurou o pagamento da apólice e tamém efetou o pagamento das faturas da segurança, do policiamento e do tratamento da relva.

A formação de Nuno Manta Santos foi impedida de treinar dois dias antes do encontro, no qual os titulares se recusaram a jogar o primeiro minuto e os suplentes abraçaram-se à equipa técnica, enquanto os encarnados "congelaram" a bola, sem atacar, e aplaudiam o gesto de protesto do emblema do concelho de Santo Tirso.

Os futebolistas, treinadores e outros funcionários deslocaram-se em viaturas pessoais até ao estádio no dia do desafio, depois da administradora da SAD, Estrela Costa, ter confiscado as chaves do autocarro do clube, que estava estacionado ao lado do veículo que transportou o vice-campeão nacional.

Os jogadores subiram ao relvado pouco depois de a SAD do Aves ter sido absolvida de um processo disciplinar associado ao incumprimento salarial de março a abril, numa decisão do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) idêntica ao desfecho sobre o atraso de vencimentos entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020.

Em 6 de maio, fonte dos nortenhos adiantou à agência Lusa que os salários de março seriam liquidados na totalidade, enquanto 35% das verbas de abril e maio estariam cativadas devido à paragem provocada pelo novo coronavírus, sendo repostas com o regresso da competição, mas a promessa ainda não foi cumprida por Wei Zhao.

A decisão do Conselho de Disciplina da FPF impede uma penalização de dois a cinco pontos, face aos 17 somados em 33 jornadas pelo Desportivo das Aves, que confirmou a despromoção à II Liga em 29 de junho e despede-se com a visita ao Portimonense, num encontro da 34.ª jornada, que será arbitrado por Hugo Miguel, da associação de Lisboa.

A SAD ameaçou na sexta-feira faltar à partida marcada para domingo, às 19h30, no Portimão Estádio, de forma a “salvaguardar a transparência na luta pela permanência”, receando “não reunir jogadores suficientes e que garantam uma equipa competitiva”.

Cinco dias depois, a administração recuou na intenção e frisou “estar a desenvolver todos os esforços” para assegurar a visita do Desportivo das Aves ao Algarve e “terminar a temporada com a dignidade e respeito que a instituição merece”, após a direção de António Freitas referir que já estava a tratar da preparação logística do encontro.

A direção da SAD esclareceu, ainda, ter o troféu da Taça de Portugal conquistada em 2018 na sua posse. Uma clarificação que surgiu depois de a direção do clube ter estranhado a ausência do troféu do local habitual, à entrada do estádio, na noite de terça-feira, antes do jogo com o Benfica.

Os nortenhos, já despromovidos à II Liga, começam a preparar, esta quinta-feira, o embate com o Portimonense, 17.º e penúltimo colocado e primeiro clube abaixo da zona de salvação, com 30 pontos, que luta com Vitória de Setúbal (16.º, com 31 pontos) e Tondela (15.º, com 33) pela permanência.

Nuno Manta Santos não contará com Rúben Macedo para o desafio com os algarvios, depois de o antigo jogador do FC Porto se ter juntado ao lote de atletas que rescindiram contrato unilateralmente, devido a salários em atraso.

Beunardeau, Aflalo, Buatu, Tshibola, Estrela, Pedro Delgado, Yamga e Welinton Júnior também já terminaram a ligação ao Aves. Por esclarecer está a situação de outros atletas, nomeadamente, Mohammadi. O avançado iraniano não relizou o necessário teste de despiste da Covid-19 antes do encontro com o Benfica e não treinou com a equipa.

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