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"Estranho que ninguém da Liga me tenha ligado". Evangelista lembra Proença que vai precisar dos jogadores para resolver crise

19 mar, 2020 - 13:42

Suspensão das competições, devido ao coronavírus, está a promover aproveitamento de alguns clubes, alerta o presidente do Sindicato dos Jogadores.

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Joaquim Evangelista não está contente com o comportamento da Liga, que ainda não contactou o Sindicato dos Jogadores a propósito da crise provocado pela Covid-19, e envia mensagem para Pedro Proença, avisando-o que "vai precisar dos jogadores para aprovar as medidas necessárias ao normal funcionamento da atividade, quando for possível fazê-lo".

Em entrevista a Bola Branca, o líder do sindicato regista "desorientação na Liga, num momento em que era importante o futebol dar um sinal de unidade". "Não me parece que o esteja a fazer", completa, num alusão à ausência de contacto por parte do organismo que gere futebol o futebol profissional em Portugal.

Evangelista sinaliza, mesmo, o exemplo do Sporting de Braga, que "apresentou soluções de forma unilateral e isto pode, em vez de gerar um clima de confiança e de estabilidade, criar alarme e desconfiança”.

"Esses cenários deviam estar a ser discutidos em conjunto, pela Liga, pelo Sindicato dos Jogadores, pelos clubes, com a própria Federação envolvida, os árbitros, os treinadores, para que seja mais fácil criar um clima de confiança e de normalidade. Por isso, estranho que ninguém da Liga me tenha ligado", reforça.

Despedimento coletivo fora de hipótese

Noutro plano, o presidente do Sindicato dos Jogadores alerta para o aproveitamento que alguns clubes estão a tentar tirar desta situação de futebol suspenso, devido ao coronavírus, e sublinha que "não se verificam os requisitos de um 'lay-off'". Evangelista apela "aos jogadores que se esclareçam, porque isso não é possível, e temos de denunciar estas situações. Não é aceitável que clubes se aproveitem de um estado de necessidade para objetivos próprios”.

A quem tenta aproveitar-se da situação, atuando à revelia do sindicato, o dirigente avisa que "é um erro estratégico". "Nós estamos disponíveis para medidas difíceis, mas têm que nos ser explicadas e justificadas, porque nós também temos sentido crítico. Não é aceitável imporem-nos medidas que não são compreensíveis. O futebol tem de ter alguma reserva moral, fazer o seu trabalho em conjunto e de forma concertada, para voltar rapidamente à normalidade, sob pena de a coisa correr mal”, conclui.

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