18 dez, 2019 - 18:36 • Redação
O presidente do Boavista, Vítor Murta, sublinhou, esta quarta-feira, que as buscas realizadas na sede da SAD são "questão paralela" ao clube.
Numa declaração aos jornalistas sem perguntas, Vítor Murta salientou que o processo está em segredo de justiça, pelo que obriga a recato nas palavras. Contudo, fez questão de tranquilizar os adeptos do clube.
"Esta é uma questão paralela ao Boavista. É um tema que não tem a ver com o Boavista, mas sim com uma empresa que no passado teve relações connosco. Como tal, fomos objeto de uma busca por parte da Autoridade Tributária e da PSP. Solicitámos todos os dados que nos foram solicitados. A Autoridade Tributária agiram com a maior lisura, o que agradecemos. Estaremos sempre na disposição de esclarecer tudo o que for pedido", afirmou o líder boavisteiro.
Segundo o "Jornal de Notícias", Vítor Murta foi constituído arguido no processo. O presidente do Boavista recusou abordar esse tema específico e sublinhou que a investigação "está em segredo de justiça".
"O resto, atempadamente, será falado sobre esse tema e responderei a qualquer questão", frisou Vítor Murta, na declaração aos jornalistas.
Fonte ligada ao processo adianta à Lusa que o branqueamento de "milhões de euros" que levou às buscas envolvia uma sociedade americana, uma empresa de eventos e advogados vinculados às agremiações desportivas Boavista e Gafanha. O branqueamento seria feito através de um “carrossel de faturas falsas”.
Advogados ligados a estes procedimentos eram, ainda segundo a fonte, Vítor Murta, que é presidente do Boavista, e Mário dos Santos Paiva, advogado de Direito do Desporto. A SAD do Boavista comunicou que "está a colaborar com as autoridades para que tudo fique esclarecido".
Uma das buscas para as quais as autoridades policiais tinham mandado era ao que supunham ser, precisamente, o gabinete de Mário dos Santos Paiva, nas instalações da sociedade de advogados do Porto cotitulada por Nuno Cerejeira Namora. Porém, encontraram o gabinete vazio.
De acordo com comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR), foram constituídos sete arguidos, na sequência das buscas.
A PGR informa que "não houve detenções, mas foram constituídos sete arguidos, dos quais uma pessoa coletiva e seis pessoas singulares", por suspeitas de "fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais".
Em causa, estão suspeitas de "canalização para sociedade desportiva de quantias monetárias obtidas por sociedade comercial, tudo contornando o circuito tributário através de expedientes diversos".
[notícia atualizada às 19h30]