25 dez, 2024 - 16:20 • Carlos Calaveiras
O ano de 2024 fica marcado a letras de ouro na carreira de Ademola Lookman. O extremo nigeriano, de 27 anos, foi considerado o melhor jogador africano, à frente de Hakimi e Guirassy, e sucedendo a Victor Osimhen.
Na cerimónia de entrega do prémio, em Marraquexe, Marrocos, falou para os miúdos. “Quero dizer às crianças e às pessoas que estão a ver isto: não deixem que os vossos fracassos vos pesem e vos quebrem as asas. Mas transformem a vossa dor em poder e continuem a voar”.
Lookman brilha na Atalanta, a atual líder do campeonato italiano, e foi decisivo na conquista da Liga Europa, contra o Bayer Leverkusen, com um hat-trick na final de Dublin.
O avançado foi o quinto jogador da história a marcar três golos numa final europeia, depois de Puskás (que fez poker) e di Stéfano no Real Madrid-Eintracht Frankfurt de 1960 (Puskás repetiu o feito contra o Benfica, em 1962), Pierino Prati, pelo Milan, contra o Ajax, em 1969, e Jupp Heynckes, famoso técnico alemão que passaria pela Luz, que nos seus tempos de jogador fez três golos pelo Borussia Monchengladbach na segunda mão da final da então Taça UEFA contra o Twente (5-1).
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Ademola é também o terceiro africano a fazer golos numa final europeia depois de Alex Iwobi, pelo Arsenal (Inglaterra), na final da Liga Europa de 2018/19, e Joe Aribo, pelo Rangers (Escócia), na edição de 2021/22.
A estadia em Itália tem corrido às mil maravilhas para o nigeriano. São duas épocas e meia ao mais alto nível e os números têm vindo sempre a melhorar: 15 golos e 6 assistências (2022/23), 17 golos e 10 assistências (2023/24) e 12 golos e 5 assistências na temporada que está a decorrer – e isto só considerando os números pela Atalanta.
Este futebolista é filho de pais nigerianos, mas nasceu em Inglaterra, em Londres.
Os chutos na bola começaram no Charlton Athletic e logo cedo deu nas vistas, tendo chegado às camadas jovens da “seleção dos três leões”. Foi titular pela Inglaterra na conquista do título Mundial sub-20, em 2017, e fez três golos no torneio.
Nesse ano fez a sua primeira época como profissional e marcou cinco golos na segunda liga inglesa. Na época seguinte transferiu-se para o Everton e fez o seu primeiro golo na Premier League.
Nas temporadas seguintes andou, saltitante, por RB Leipzig, Fulham, Leicester antes de assentar arraiais em Itália e na Atalanta, de Gasperini, que pagou 9,3 milhões de euros (metade do que o Leipzig tinha pago).
A relação de amor mantém-se e os elogios mútuos, entre o técnico italiano e o extremo nigeriano, são mais que muitos.
Ao “The Athletic”, Lookman culpou Gasperini pela sua boa forma. “Já joguei muito futebol e aprendi muitas coisas desde que cheguei à Atalanta. Gostaria que tivesse acontecido mais cedo, mas às vezes é assim que o futebol é, e é um processo de aprendizagem contínua”, confessou.
E acrescentou: “Ao longo dos anos, a Atalanta tem sido conhecida por jogar um futebol ofensivo e jogar neste estilo positivo é ótimo para mim, como atacante”.
Em 2022 trocou a seleção inglesa pela Nigéria e estreou-se pelas “Super-Águias” em março, frente ao Gana (0-0), ainda com o selecionador Augustine Eguavoen. Não muito depois, seria treinado por José Peseiro. Lookman foi titular na Taça das Nações Africanas (CAN) e marcou três golos no torneio em que os nigerianos alcançaram a final.
No auge da carreira, Ademola Olajade Alade Aylola Lookman tem meia Europa de olho. Vem aí o mercado de inverno para transferências e, alegadamente, Manchester United, Tottenham e Arsenal estão na corrida pelo craque, naquele que seria o regresso ao país natal.
Segundo o Transfermarkt, bastam uns meros 55 milhões de euros para levar o jogador.