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Com Portugal e seleção no horizonte, Francisca Cardoso tenta deixar as lesões para trás

08 jul, 2022 - 13:30 • Inês Braga Sampaio

A ponta de lança internacional portuguesa, sem clube, assume que a prioridade é recuperar em pleno. Depois disso, prefere um regresso ao futebol português a nova aventura no estrangeiro.

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Francisca Cardoso está lesionada e sem clube e, para já, exclusivamente focada em recuperar em pleno. Mais tarde, admite preferir regressar ao futebol português, em vez de continuar a aventura no estrangeiro.

Boavista, Valadares Gaia, Braga. Foi este o percurso de Francisca Cardoso em Portugal, com mais de dez golos por época no Minho, antes de rumar ao futebol holandês. No Heerenveen, arrancou a todo o gás, com quatro golos em oito jogos, números que lhe valeram a estreia pela seleção. O rebentar da onda foi doloroso para a avançada: sofreu uma lesão grave que a arredou dos relvados durante praticamente ano e meio.

Ainda rumou ao Servette, em janeiro de 2022, mas fez apenas três jogos, todos em abril, antes de se ressentir de lesão. Rescindiu com o clube suíço, "por acordo mútuo", e regressou a Portugal para recuperar da lesão. Em entrevista à Renascença, Francisca Cardoso explica que está exclusivamente focada em deixar os problemas físicos para trás de uma vez por todas. Novo clube é questão que não se importa de adiar.

"Estou sem clube, neste momento. Rescindi com o clube na Suíça e ainda não assumi outro projeto em mais nenhum, mas, sinceramente, se surgir alguma coisa, surge; se não, estou bem assim. Neste momento, estou é focada em recuperar, para que, mais tarde, em dezembro ou até mesmo na próxima época, possa voltar a jogar", sublinha a avançada.

Francisca Cardoso conta que chegou à conclusão, com o Servette, de que a melhor solução era voltar a ser operada e que preferiu fazer a recuperação em Portugal, com "os amigos e a família por perto".

Prioridade ao futebol português


Voltando a jogar, o futebol nacional é o destino preferencial. Depois de duas épocas no estrangeiro, "e da forma como correram", Francisca Cardoso prefere voltar a esticar as pernas num clube português:

"Por agora, gostaria de ficar em Portugal. O nosso campeonato já tem outro nível e quem vai lá para fora consegue perceber isso. Temos muita qualidade e clubes que dão grandes condições, apesar de às vezes nós acharmos que não. Portanto, neste momento, irei dar prioridade a ficar por Portugal. Mas não digo que no futuro não possa voltar a sair."

O regresso à seleção é um sonho. Todavia, Francisca Cardoso sublinha que estar agora a pensar nisso seria "dar um passo maior do que a perna".

"As minhas portas vão estar sempre abertas à seleção. Sempre que a seleção me chamar, eu vou tentar estar lá e dar o melhor de mim. Agora, penso que neste preciso momento estar a pensar na seleção é um passo demasiado grande. Tenho de recuperar primeiro, voltar a jogar, porque já não jogo com regularidade há ano e meio, que é uma coisa que faz muita diferença. Depois, as coisas surgem naturalmente. Eu sei que trabalho bem e trabalho para isso e, se possível, vou voltar à seleção", vinca.

História de um ano e meio de lesões


Puxamos a fita atrás.

Francisca Cardoso estava "num momento de forma muito bom", nos Países Baixos. Seleção, jogos de apuramento, primeira qualificação. A meio da época, lesionou-se. Era a segunda rotura de ligamentos, algo que exigia "cuidado redobrado" e um tempo de recuperação maior ainda.

Apesar da lesão, surgiu a oportunidade de dar um passo em frente. Francisca Cardoso rumou ao Servette, então campeão da Suíça, que jogara a Liga dos Campeões e lutava por nova qualificação.

"Era uma grande janela de oportunidade", assinala a ponta de lança portuguesa, de 24 anos, nesta entrevista a Bola Branca.

"Infelizmente, as coisas não correram como eu queria", lamenta.

Francisca Cardoso teve recidivas de uma lesão no menisco. Recuperou, voltou a jogar e chegou a disputar três jogos, frente a Basileia, Grasshopper e Luzerna, todos na segunda metade de abril.

Até que parou.

"Toda a gente que já foi atleta e já esteve lesionada sabe que há sempre dores envolvidas no processo. Agora, é importante conhecermos o nosso próprio corpo e percebermos aquilo que é dor que faz parte do processo e aquilo que não é. Quando estava a recuperar, e a voltar a jogar, tinha algumas dores. Chegou a um ponto em que chegámos à conclusão de que não valia a pena, porque não ia melhorar, e que a melhor opção seria voltar a operar", conta a internacional portuguesa.

Agora, Francisca Cardoso está inteiramente dedicada à recuperação, "para que as coisas possam ser feitas de melhor forma". O objetivo é regressar aos relvados em pleno. Para já, tem com que se entreter.

"Entretanto, [posso] também focar-me noutras coisas, noutros projetos que posso fazer enquanto estou a fazer a recuperação", conclui.

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