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Presidente da Sampdoria renuncia após detenção por crimes fiscais

06 dez, 2021 - 15:08 • Redação com Lusa

Massimo Ferrero e outras cinco pessoas, incluindo a filha, foram detidos por falência fraudulenta agravada, falsas declarações empresariais e uma série de crimes empresariais.

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O presidente da Sampdoria declarou a intenção de renunciar com efeitos imediatos ao cargo para evitar que o clube seja "ferido gratuitamente", depois de ter sido detido, esta segunda-feira, por vários crimes fiscais.

Massimo Ferrero, de 70 anos, que lidera o clube italiano desde 2014, e outras cinco pessoas, incluindo a filha do presidente da Sampdoria, foram detidas no âmbito de uma investigação sobre a falência, há quatro anos, de quatro empresas, dos setores hoteleiro, de turismo e de cinema, sedeadas em Acquappesa, na província de Cosenza, em Itália.

Os seis arguidos são suspeitos de falência fraudulenta agravada, falsas declarações empresariais e uma série de crimes empresariais. De acordo com a "Gazzetta dello Sport", a Sampdoria não está envolvida.

Ainda assim, Massimo Ferrero decidiu renunciar à presidência da Sampdoria "para melhor proteger os interesses das demais atividades em que trabalha e, em particular, para isolar todo o tipo de especulação sobre uma possível ligação" com o clube, de acordo com comunicado do emblema de Génova, em que milita o português Adrien Silva.

O empresário italiano, detido em Milão, manifestou a sua vontade de estar "à disposição imediata e completa" dos investigadores.

"Com muita surpresa tomamos conhecimento da ação de medida cautelar de detenção contra Massimo Ferrero, ordenada pelo Ministério Público da República de Paola [Calábria, sul] por questões relacionadas a acontecimentos de há muitos anos", lê-se no comunicado da Sampdoria.

O clube salienta que as questões que levaram à detenção do empresário "não estão ligadas à gestão e à presidência da Sampdoria, mas sim às atividades romanas de Ferrero relacionadas com o mundo do cinema".

Contexto da detenção


Segundo o mandado de detenção, obtido pela Agenzia Italia, Massimo Ferrero terá "subtraído ou destruído, no total ou em parte", uma empresa sua, Ellemme Group Srl, "com o objetivo de obter lucro indevido ou lesar credores, livros ou outros registos de contabilidade, para impossibilitar a reconstrução de ativos ou de movimento do negócio".

"Em particular, a 13 de fevereiro de 2014, o roubo de um carro, um Audi, dentro do qual estava guardada uma mala de couro contendo, entre outros, toda a documentação financeira [da empresa]", lê-se.

O mandado de detenção também refere a falência de outras empresas, como a Blu Cinematografica Srl, a Blu line srl e a Maestrale Srl. Nestes casos, Ferrero e os restantes suspeitos são acusados de terem destruído ou roubado, ao todo o em parte, os livros e outros registos de contabilidade as empresas falências da mesma forma.

"Com repetidos levantamentos de contas bancárias ao dispor da Ellemme Group Srl, em efetivo e em cheque, [Massimo Ferrero] extraiu o montante de 740 mil euros, com o objetivo de obter lucro indevido para si e outros de lesar credores", lê-se também, segundo aquela agência noticiosa.

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