15 nov, 2021 - 14:35 • Redação
Uma jogadora do Rayo Vallecano teve de ser assistida pelos médicos do adversário, no domingo, em jogo da I Liga espanhola, porque o seu clube não fornece equipa médica nem fisioterapeuta à equipa feminina.
Camila Sáez sofreu um duro golpe na cabeça durante o jogo com o Athletic Bilbau e tiveram de ser os médicos da equipa basca a socorrê-la. No banco, foram as companheiras a prestar-lhe assistência.
No final da partida, a jogadora chilena foi transportada para o hospital em viatura particular, acompanhada apenas por um amigo. Segundo o diário "Unión Rayo", esteve durante horas no hospital e não recebeu uma única chamada do clube a aferir sobre o seu estado de saúde.
A mesma publicação garante que Sáez se encontra bem, depois de ter tido de ser suturada na cabeça. No domingo à noite, foi levada para casa, mas terá de regressar ao hospital ainda esta segunda-feira. Desta vez, será acompanhada pela maioria das companheiras de equipa.
A capitã, Paula Andújar, recorreu às redes sociais para criticar duramente a direção do Rayo, que continua a isolar a sua equipa feminina.
"Até quando vão permitir esta situação? Terá de acontecer algo verdadeiramente grave para que se atue. Esta equipa merece mais. Não podemos continuar assim. Respeito e dignidade", escreveu a jogadora.
No passado dia 6 de novembro, o plantel do Rayo Vallecano emitira um comunicado, denunciando situações de "grande desigualdade" e que "não há as mínimas as condições laborais". As jogadoras queixavam-se de que faltavam, outras coisas: "material básico desportivo" e ginásio; delegado, uma figura "necessária para a gestão de diferentes aspetos diários"; gestão e comunicação atempadas de viagens e refeições; acesso ao estacionamento do clube; equipamento de jogo completo. Além disso, o clube já não está a pagar as casas que ofereceu a várias jogadoras, deixando as afetadas "na rua e sem qualquer solução possível".
"Após vários meses de incerteza, a nossa situação laboral continua sem ser digna de uma equipa de I Divisão. (...) Não contamos com material básico desportivo, nem com um ginásio onde realizar o nosso trabalho profissional diariamente. A ausência de meios posiciona-nos em clara desvantagem em relação às restantes equipas. A equipa
Também a Associação de Futebolistas Espanhóis (AFE) já se pronunciou sobre o caso. Em comunicado, o organismo transmitiu apoio a Camila Sáez, a quem desejou "uma pronta e satisfatória recuperação".
"A situação do Rayo Feminino é insustentável. A AFE apresentará a denúncia oportuna por não se cumprir o plano de riscos laborais", lê-se.