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Euro 2020. Hungria critica utilização de símbolo associado à comunidade LGBT no estádio de Munique

21 jun, 2021 - 18:23 • Lusa

Governo húngaro considera a atitude "nociva e perigosa”. Autarquia de Munique quer iluminar o Allianz Arena com as cores da bandeira LGBT.

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O Governo húngaro classificou como “nocivos e perigosos” os planos da autarquia de Munique de iluminar o estádio daquela cidade alemã, utilizado na competição do Euro2020, com as cores do arco-íris, símbolo associado à comunidade LGBT.

A autarquia de Munique, liderada pelo social-democrata Dieter Reiter, pretende iluminar o estádio Allianz Arena, que recebe na quarta-feira o jogo entre as seleções da Alemanha e da Hungria no âmbito do Campeonato da Europa de futebol de 2020 (Euro 2020), com as cores do arco-íris, mas também hastear bandeiras multicoloridas no recinto.

A iniciativa pretende manifestar apoio à comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero) na Hungria, Estado-membro da União Europeia (UE) que aprovou recentemente uma lei que proíbe a divulgação de conteúdos sobre orientação sexual a menores de 18 anos.

Em declarações à comunicação social, à margem de uma reunião ministerial, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, disse hoje que “na proposta de iluminar (o estádio) é claramente detetada uma intenção de misturar a política com o desporto”.

“Todos sabem do que se trata”, afirmou o chefe da diplomacia húngara, considerando tal iniciativa como “muito nociva e perigosa”.

A autarquia de Munique expressa de forma explícita que a ação pretende manifestar solidariedade para com a comunidade LGBT húngara após a aprovação, na semana passada, de uma legislação classificada como homofóbica e encarada com grande preocupação pela Comissão Europeia e por várias organizações não-governamentais (ONG) internacionais.

Em causa está uma legislação, que o Governo do ultraconservador Viktor Orbán e o respetivo partido Fidesz conseguiram aprovar no parlamento, que proíbe a divulgação de quaisquer informações ou conteúdos relativos a orientação sexual, identidade ou expressão de género e características sexuais junto de menores de 18 anos.

A lei proíbe, por exemplo, a “representação” da homossexualidade e da transexualidade em programas curriculares de ensino.

Ainda nas declarações aos jornalistas, Péter Szijjártó defendeu a legislação aprovada, argumentando que a nova lei visa apenas defender os direitos dos menores.

“Aprovamos uma lei em defesa das crianças húngaras e contra a qual a Europa Ocidental está agora a protestar”, reforçou o ministro.

A UEFA, entidade organizadora do Euro2020, terá ainda de aprovar a ação da autarquia de Munique, segundo a agência espanhola EFE.

Por sua vez, o Governo alemão fez saber hoje que saúda a utilização de símbolos arco-íris pela seleção germânica de futebol durante o Euro2020, enaltecendo o empenho contra a discriminação.

“As cores do arco-íris são um símbolo de como queremos viver, com respeito mútuo e sem discriminar as minorias que foram marginalizadas durante muito tempo”, afirmou o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, numa referência à iluminação do estádio de Munique, mas também à utilização de uma braçadeira de capitão multicolor usada pelo guarda-redes alemão Manuel Neuer.

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  • Anónimo
    23 jun, 2021 Lisboa 09:54
    A Hungria que se reduza à sua extrema insignificância. Número 1 só mesmo no Covid, porque no futebol levaram 3 de Portugal.

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