19 jun, 2024 - 16:15 • Inês Braga Sampaio
"De zero a herói", cantam as musas de "Hércules", filme de animação de 1997. Klaus Gjasula, que até tem mais nome de Pai Natal, ter-se-á sentido assim esta quarta-feira, primeiro quando marcou o autogolo que dava a reviravolta à Croácia, no fim, após marcar o golo do empate tardio da Albânia. Dois golos para cada lado, festa albanesa e vida muito complicada para os croatas no grupo B, o da "morte".
A Albânia já tinha mostrado, diante da Itália, que não seria o "bombo da corte" deste Europeu e, frente à Croácia, impôs a sua vontade logo aos 11 minutos. Na sequência de um grande cruzamento da direita de Jasir Asani, Qazim Laci foi o mais rápido a aparecer ao primeiro poste e cabeceou para o fundo das redes.
A Croácia foi à procura do jogo, no entanto, foi sempre muito passiva, letárgica, e os albaneses mantiveram-se compactos na defesa e perigosos no contra-ataque. Aos 31 minutos, Asslani apareceu na cara de Dominic Livakovic, mas o guarda-redes croata conseguiu defender.
Na segunda parte, o jogo mudou de figura. Aos 50 minutos, tiveram o primeiro remate enquadrado com a baliza, que Thomas Strakosha defendeu. Sete minutos mais tarde, Luka Modric ofereceu o golo a Josip Sutalo, mas o central do Ajax não deu a direção certa ao cabeceamento.
Até que, aos 74 minutos, numa das melhores jogadas do encontro, Mateo Kovacic avançou pelo corredor central, por entre dois adversários, e entregou a Ante Budimir, que, de costas para a baliza, soltou logo para a entrada de Andrej Kramaric na área. O avançado do Hoffenheim tirou o marcador direto da jogada com o primeiro toque e, com o segundo, rematou para o golo do empate.
Passado dois minutos, Budimir ganhou a bola a um defesa na esquerda, sobre a linha de fundo, e atrasou para Luka Sucic, que rematou de primeira, com a bola a desviar em Klaus Gjasula, para um autogolo infeliz para os albaneses e muito feliz para os croatas, cujas pretensões no "grupo da morte" se reacenderam.
Logo a seguir, a Croácia podia ter feito o 3-1, contudo, o corte surgiu no momento certo, sobre a linha de golo. Aos 90 minutos, Nedim Bajrami rematou de fora da área para uma defesa incompleta de Livakovic e, na recarga, Mirlind Daku atirou por cima.
Era o aviso à Croácia de que a vitória não estava garantida - um aviso que Modric e companhia ignoraram. Gjasula aproveitou para se redimir. Aos 95 minutos, a Albânia investiu pelo corredor esquerdo e, perante a passividade da defesa adversária, Arber Hoxka aproveitou para baralhar dois opositores e tocar para Mario Mitaj, que, na linha de fundo, fez o passe atrasado. O corte de Sutalo revelou-se prejudicial, dado que a bola foi parar ao coração da área, onde estava Gjasula, para, isolado, rematar de primeira para o empate e passar de vilão a herói.
Euforia para uns e desilusão para outros, após o apito final. A Croácia, para quem este empate é uma derrota, continua no último lugar do grupo, com um só ponto, e na próxima jornada jogará a vida contra a Itália. A Albânia, que celebrou como se de uma vitória se tratasse, está logo acima, com os mesmos pontos.
Em primeiro está a Espanha, com três pontos, os mesmos que a Itália, segunda. Espanhóis e italianos defrontam-se na quinta-feira, às 20h00.