07 nov, 2024 - 20:44 • Lusa
A Associação de Pilotos de F1 (GPDA) critica o presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), bem como as recentes multas aplicadas aos pilotos pelo uso de “palavrões”, em comunicado publicado na rede social Instagram.
"No que diz respeito ao uso de asneiras, há uma diferença entre o seu uso para insultar outros ou numa forma mais casual, como para descrever más condições climatéricas, um objeto inanimado, como o carro, ou uma situação de condução", refere a entidade.
Após as multas aplicadas a Max Verstappen e a Charles Leclerc, nos grandes prémios de Singapura e do México, respetivamente, os pilotos instam Mohamed Bin Sulayem, presidente da FIA, a ter "também ele" em conta o "seu tom e linguagem" quando fala "com ou sobre os pilotos" em fóruns públicos ou noutros, pode ler-se no comunicado.
Ademais, a GPDA acrescenta que os seus membros são "adultos" e que "não precisam de receber instruções através dos meios de comunicação social" sobre assuntos "triviais", como, refere a organização, "o uso de joias ou de roupa interior".
O atual campeão de F1, o neerlandês Max Verstappen, foi obrigado a cumprir serviço comunitário e o monegasco Charles Leclerc (Ferrari) foi multado em 10.000 euros, ambos pelo uso de 'palavrões', depois de a FIA ter proibido o uso de linguagem abusiva nas conferências de imprensa e nas comunicações via rádio durante as corridas.
Já Lewis Hamilton tinha, em setembro, criticado Mohamed Bin Sulayem pela forma como este último ligou as asneiras na F1 com a música 'rap', dizendo que havia um "elemento racial" presente nas declarações do líder da FIA.
Anteriormente, Hamilton já se tinha posicionado contra a decisão da FIA de proibir o uso de joias durante as corridas, tendo aparecido numa conferência de imprensa com vários colares, relógios e anéis, bem como Sebastian Vettel, que se posicionou contra a obrigatoriedade do uso de roupa interior "à prova de fogo".
A GPDA, no seu comunicado, defende que "as multas em dinheiro não são apropriadas para o desporto" e instou a FIA a "ser transparente" e a "partilhar os detalhes" de como é aplicado o dinheiro recolhido na aplicação das mesmas.
O próximo Grande Prémio de F1 decorrerá em Las Vegas, nos Estados Unidos, no dia 23 de novembro, e será o antepenúltimo da temporada, que poderá coroar Max Verstappen com o quarto título mundial consecutivo.