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​Cancelar Rali de Portugal é a "decisão mais difícil" da vida de Carlos Barbosa como presidente do ACP

30 abr, 2020 - 14:49 • José Pedro Pinto

A prova portuguesa, inicialmente agendada para maio, poderia acontecer em outubro. No entanto, a imprevisibilidade, provocada pela pandemia de Covid-19, motivou a anulação do rali.

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O presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP) confessa, a Bola Branca, que a decisão de cancelar definitivamente o Rali de Portugal foi a mais "difícil" que tomou no cargo que ocupa.

Carlos Barbosa lamenta que a etapa portuguesa do Mundial WRC não possa realizar-se este ano, até pelo impacto económico que gera na economia nacional.

"O Rali de Portugal é feito, sobretudo, para ajudar o país. Um rali que dá um retorno de 142 milhões de euros ao país, nesta altura, fazia um jeito enorme nesta reabertura da economia. Poderia ajudar a voltar a dar fôlego às 14 localidades por onde passamos, com cafés, restaurantes e hotéis abertos. Dá-me muita pena. É o primeiro rali anulado desde que sou presidente do ACP. Tentámos tudo mas não tínhamos condições. Havia uma série de condicionantes que me levaram a tomar esta difícil decisão", começa por dizer, revelando que o ACP procurou por todas as vias levar avante o Rali de Portugal algures este ano.

Mas, como se percebe, não havia condições mínimas, em várias vertentes.

"Fomos adiando a decisão. Tentámos que o Rali de Portugal fosse realizado em outubro mas era difícil porque os restantes ralis não queriam mudar as suas datas para nos podermos encaixar. De qualquer maneira, era muito difícil porque um rali desta envergadura não se faz em duas semanas ou dois meses. Era complicado para as autarquias, que estão a controlar a Covid-19. Não tínhamos a certeza de poder contar com o INEM e com as forças de segurança. Por isso, achámos que a melhor solução seria preservar a saúde das pessoas este ano, eliminar o vírus de vez e, para o ano, voltar a fazer um grande rali outra vez", salienta.

Ora, se já é árduo erguer toda a operação para albergar a prova que apaixona os amantes do automobilismo em Portugal, difícil e ingrato é também desmontar a organização que tantos meses demorou a elaborar.

"É começar do zero. Visitamos os troços cinco a seis vezes por ano e as autarquias vão refazendo os troços por causa das chuvas. É um trabalho inglório feito durante um ano e que agora vai todo para o lixo porque temos de recomeçar do zero em 2021. Custa muito desmontar todo este trabalho, porque são horas e horas e horas a queimar pestanas", lamenta, a concluir.

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