04 dez, 2024 - 16:56
O selecionador Francisco Neto destaca que, para algumas jogadoras, este já é o terceiro apuramento para um Campeonato da Europa Feminino.
Portugal carimbou o acesso ao Euro 2025, que vai decorrer na Suíça, depois de derrotar a República Checa no segundo playoff.
Mais uma fase final, o que significa para si?
"É a continuidade do crescimento do que tem sido uma aposta muito grande da Federação, dos clubes e do futebol feminino. Sabemos e assumimos a responsabilidade. Quando a Seleção joga, a visibilidade é diferente. É a confirmação do estatuto e da qualidade da jogadora portuguesa".
Passar a fase de grupos é o objetivo?
"Em 2017 chegámos ao último dia a depender só de nós, em 2022 igual, e no Mundial o mesmo. É isso que queremos novamente. E depois é a nossa competência. Se formos competentes passaremos, se não formos, viremos para casa".
Como tem assistido a estes últimos dias? Mais de 40 mil pessoas estiveram no Dragão...
"Eu sou apenas mais uma peça do puzzle. Assumo que tenho a minha visibilidade, mas sou apenas mais um num staff incrível onde todos são importantes e contam. É uma felicidade imensa, um privilégio e um orgulho fazer parte deste trajeto, e acredito que os portugueses também achem maravilhoso ver estas jogadoras fazerem o que fazem. Trabalham muito para, no dia-a-dia, darem esta alegrias".
Ponto alto desta caminhada?
"Foi uma caminhada muito bem conseguida. 12 jogos, 10 vitórias, 2 empates. Se calhar o que não foi tão apelativo da nossa parte foi a nossa incapacidade de concretizar em alguns jogos, o que não nos permitiu estar mais à vontade. Ponto alto, aquilo que são enquanto equipa, a energia, a disponibilidade. Todas sabem que, seja em que campo for, Portugal vai ser altamente competitivo".
Chegou ao lado de Fernando Gomes. Que palavras trocaram?
"Acima de tudo, o que lhe disse foi agradecer pelo trabalho que tem feito. A ele e à professora Mónica Jorge, que tiveram a ousadia de trazer um treinador de 32 anos, vindo da distrital. Tiveram esse atrevimento e deram-nos todas as condições. Para ele, e para a sua estrutura, uma gratidão imensa. Sem eles, nada disto era possível".
Encontrou sempre caminhos muitos longos para se qualificar para as grandes competições... O próximo passo será um apuramento menos sofrido?
"A curto prazo, não é fácil. Se olharem para os apuramentos, quem apura direto são só oito equipas. O futebol na Europa é de um nível incrível, nós ainda nos estamos a consolidar. A Suécia, por exemplo, esteve neste playoff, a Noruega também. Estamos a falar de equipas que já foram campeãs da Europa e do mundo. O nível está muito alto. Queremos é lá estar, temos é de ser competentes para isso, a forma como chegamos não interessa muito. Reconhecemos que o apuramento direto é possível, mas temos de trabalhar para acontecer".