15 out, 2024 - 17:54 • Lusa
Paulo Gonçalves refutou as acusações de corrupção ativa e fraude fiscal por parte do Ministério Público no caso dos emails, enquanto desempenhava funções de assessor jurídico na Benfica SAD, considerando-as “surreais” e sem “fundamentação legal”.
“Esta acusação é surreal e assenta numa tese destituída de fundamentação factual e legal. Na verdade, nenhuma das condutas ali descritas consubstancia qualquer crime, muito menos um crime de corrupção, na sua maioria traduzindo uma prática corrente no mercado de futebol, tanto a nível nacional como internacional”, reagiu Paulo Gonçalves, numa nota enviada à agência Lusa.
A Benfica SAD foi acusada pelo Ministério Público de vários crimes, entre os quais corrupção ativa e fraude fiscal, juntamente com o antigo presidente Luís Filipe Vieira, o antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves e a SAD do Vitória de Setúbal.
“Em momento algum extravasei as funções e as instruções que me foram então confiadas”, afirmou o advogado, que prestou assessoria jurídica à SAD do Benfica entre 2007 e 2018, confessando ter-se pautado sempre pela “lealdade, entrega e cumprimento da lei durante este periodo”.
Face às acusações de que é alvo, Paulo Gonçalves assegurou na mesma nota: “De ora em diante, estarei totalmente focado na refutação desta acusação incompreensível e na defesa do meu bom nome, pelo que irei solicitar de imediato o levantamento do segredo profissional a que estou vinculado pelo Estatuto da Ordem do Advogados, sem o qual não poderei exercer na plenitude o exercício do meu direito de defesa”.
A acusação do Ministério Público diz respeito ao designado caso dos emails e implica a SAD do Benfica em vários crimes, entre os quais corrupção ativa e fraude fiscal.
O despacho envolve ainda o anterior presidente encarnado, Luís Filipe Vieira, e o antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves, bem como a SAD do Vitória de Setúbal, ilibando o atual presidente, Rui Costa, e outros membros da atual e antiga direções.
Em causa está, segundo a acusação, um alegado esquema, que teve como mentor Luís Filipe Vieira e que teria como objetivo a subversão da verdade desportiva pelo controlo de outros clubes para facilitarem ao Benfica nos jogos de confronto direto.
A investigação da Polícia Judiciária, realizada entre 2016 e 2019, também se debruçou sobre a atuação da equipa do Vitória em jogos contra o Benfica, tendo concluído que o clube da Luz foi beneficiado em campo pela má atuação, alegadamente propositada, de alguns atletas adversários.