Contas do Benfica são “reflexo do paradigma do futebol português”. Economista Pedro Brinca pede análise sobre o futuro

Resultado negativo de 31,4 milhões de euros, descida nos capitais próprios e aumento do passivo. A SAD do Benfica apresentou contas no vermelho relativas ao exercício financeiro da época passada.

Para o economista Pedro Brinca, ligado ao movimento “Servir o Benfica”, os resultados apresentados refletem “o paradigma do futebol português, principalmente dos três grandes”.

“Têm resultados operacionais tipicamente deficitários, que são compensados por receitas extraordinárias, com um saldo positivo entre as vendas e as compras dos jogadores. Tem sido assim e, tendo o Campeonato da Europa adiado a janela de transferências para depois do exercício que terminou em junho de 2024, este prejuízo reflete essencialmente esse fenómeno”, diz, em declarações a Bola Branca.

Na época anterior, em 2022/23, a SAD do Benfica tinha apresentado um lucro de 4,2 milhões de euros. Os números do último exercício representam uma queda de 18%.

Apesar do resultado negativo e da situação económica pouco animadora, o professor da Nova SBE acredita que a “situação de prejuízos”, olhando apenas para receitas e despesas operacionais, que é depois “compensada com as receitas extraordinárias por compra e venda de jogadores”, não é particularmente preocupante, ainda que exija uma reflexão sobre o futuro.

“Não parece que, por si, ponha em causa o que quer que seja. No entanto, ficaria muito mais contente se fosse feita uma análise, não conjuntural, não apenas deste ano, mas de forma sustentada e continuada no tempo sobre quais são os fatores que são determinantes para a capacidade competitiva das equipas portuguesas, principalmente na Liga dos Campeões, e de que maneira é que podemos potenciar esta competitividade”, conclui.