26 set, 2023 - 19:15 • José Barata
Quanto vale a vitória no clássico da próxima sexta-feira entre Benfica e Porto? Na opinião de Miguel Cardoso, os três pontos serão um importante estímulo para quem os conquistar, numa época em que só o campeão tem entrada direta na Liga dos Campeões.
Em entrevista a Bola Branca, o treinador português, que na I Liga foi adjunto no Sporting e no Braga e treinador principal do Rio Ave, admite que este é um clássico "completamente imprevisível em termos de resultado":
"São duas equipas que estão à procura do seu melhor, como é reconhecido por ambos os treinadores. Estes jogos são também, muitas vezes, a alavanca para que se passe para patamares de rendimento superiores."
"Não tenho dúvidas de que o que está para trás não marca absolutamente nada do que vai ser este jogo, porque há uma emocionalidade muito própria neste tipo de confrontos. Num Benfica-Porto, essa emocionalidade aumenta, daí que os jogadores, naturalmente, terão performances elevadas, face ao contexto e à importância que o jogo tem para as duas equipas", sublinha.
A utilização em simultâneo de Di Maria e Neres no onze do Benfica tem sido um cenário equacionado. Na opinião de Miguel Cardoso, a harmonia existe e a simultaneidade em campo pode ser explorada por Roger Schmidt.
"Eu acho que é perfeitamente possível a utilização dos dois jogadores em simultâneo. Estamos a falar de dois jogadores elevada craveira e de grande categoria técnica e tática, e que cabem perfeitamente no jogar do Benfica, desde que o treinador o compreenda", vinca.
Cardoso lembra que Neres "foi um jogador importantíssimo" na temporada passada. Por isso, prevê que o brasileiro vá tendo cada vez mais minutos, "em função do seu rendimento como titular ou em desfavor, por exemplo, do João Mário ou do próprio Di Maria, que até pela idade em alguns jogos terá que ser poupado, como aconteceu em Portimão".
No FC Porto, há dúvidas no eixo da defesa. Se Pepe não estiver a 200%, jogam Fábio Cardoso e David Carmo. Quanto ao lateral-direito, tanto João Mário como Pêpê dão garantias, garante Miguel Cardoso.
João Mário "vem acumulando jogos", depois de uma temporada em que jogou menos, devido lesão, e esta época "retomou novamente esse espaço". Também fruto da saída de Otávio, que liberta Pepê para terrenos mais adiantados, no entender de Cardoso.
Nestas declarações à Renascença, o treinador também assinala que, se Pepê jogar como lateral-direito, abrirá espaço para André Franco "fechar o corredor e depois libertar espaço" para que brasileiro "defenda como lateral mas jogue como ala".
"[João Mário e Pepê] são dois belos jogadores e, portanto, não será por aí que o Porto terá problemas", assegura.
O Benfica tem pela frente um "borrego" com cinco anos. Foi em
outubro de 2018, há cinco anos, a última vitória do Benfica sobre o Porto, na
Luz, para o campeonato. Daí para cá, o melhor que os encarnados conseguiram foi
um empate. Um registo favorável ao Porto que pode pesar no clássico.
"Pesa pelo menos na perspetiva de que se tornou menos desconfortável [para o Porto] ir jogar à Luz. Vai ser um ambiente brutal que os adeptos do Benfica vão criar, mas para o Porto tornou-se relativamente confortável, fruto daquilo que foram os resultados mais recentes, que os dragões jogaram nesse contexto", finaliza Miguel Cardoso.
O Benfica-FC Porto está agendado para as 20h15 de sexta-feira e tem relato em direto e acompanhamento ao minuto na Renascença.