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Rui Águas

"Vender Vinícius e Seferovic seria um risco para o Benfica"

09 ago, 2021 - 12:45 • Luís Aresta

Rui Águas, treinador e antigo jogador do Benfica valoriza Gonçalo Ramos e acha que, mesmo com Yaremchuk, o Benfica deve manter um dos dois pontas de lança

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Rui Águas adverte para o risco que representaria para o Benfica perder, de uma assentada, Carlos Vinícius e Seferovic. O avançado suíço está a ser apontado à Roma de José Mourinho para preencher a vaga de Dzeko. Já Vinicius, apesar de ter estado com a equipa em Moreira de Cónegos, assistiu na bancada ao triunfo (1-2) do Benfica sobre o Moreirense.

“Um deles parece-me que poderá sair. Não sendo extraordinários, são jogadores que garantem um número de golos razoável. Embora sejam ambos esquerdinos, são muito diferentes entre si. No tempo que levam de Benfica já mostraram o que podem fazer, cada um ao seu estilo. Acho que fazer sair os dois seria um risco demasiado, tendo em conta que são jogadores já adaptados e que todos conhecemos”, considera Rui Águas, numa entrevista a Bola Branca. O treinador de 61 anos e antigo jogador do Benfica complementa a sua ideia:

“Percebe-se, com a vinda de Yaremchuk, que algum destes jogadores será negociado. Tem-se falado e terá alguma razão de ser, porque o Benfica tem no seu seio jogadores que, não sendo pontas de lança, fazem segundo homem, como Waldschmidt, Rafa ou Pizzi. É uma equipa bem composta nesse setor. E depois tem Gonçalo Ramos. Acho que com mais este tempo que passou e com aquilo que vem mostrando pode instalar-se no 11. Não seria uma surpresa, pelo que mostrou neste último jogo, a maneira como trabalha, como segura a bola e aparece para finalizar. É um jogador a ter em conta”.

Benfica com via aberta para o "play-off" da Liga dos Campeões

O Benfica recebe esta terça-feira o Spartak de Moscovo, para a 2ª mão da 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Depois do 0-2 em Moscovo, favorável aos encarnados da Luz, as perspetivas “são as melhores”, diz Rui Águas, após “uma 1ª mão que facilita a entrada para este segundo jogo, por aquilo que o Benfica mostrou e que o Spartak não conseguiu fazer. O Benfica tem todas as possibilidades de seguir em frente. É mais forte e seguirá naturalmente, com algumas cautelas; não estamos a falar de uma goleada, mas de uma exibição segura e de dois golos de vantagem marcados no campo do adversário, o que confere à equipa uma confiança reforçada”, faz notar.

Para Rui Águas é até possível que Jorge Jesus possa dar continuidade à gestão de esforço de alguns atletas, tal como fez na ronda inaugural do campeonato.

“Em termos físicos, metade da equipa rodou, embora quando se joga com menos um, o esforço seja aumentado para cada um dos outros nove jogadores de campo”, sublinha o antigo jogador, sublinhando que esta “é uma fase difícil, mas ao mesmo tempo estamos no início e não há ainda uma acumulação pesada de jogos”.

O público que faltava e um Benfica melhor do que o da época passada

Depois da forma como decorreu a temporada 2020/21, o Benfica só poderia melhorar, considera Rui Águas.

“De acordo com o que se esperava na época passada e acabou por não acontecer, é natural que com um ano em cima, a maioria dos jogadores continuando e com alguns reforços, a produção suba; é isso que se espera”.

Já o regresso do público aos estádios é um fator a ter em conta para esta época e “para o Benfica, se calhar, mais ainda, porque quer em casa, quer fora, é o clube que mais adeptos tem em Portugal e essa vantagem está implícita”, assinala Rui Águas.

Voltar ao trabalho, com ou sem Jesualdo Ferreira

Nesta entrevista a Bola Branca, Rui Águas não descarta a possibilidade de desfazer a parceria com Jesualdo Ferreira, de quem tem sido treinador adjunto. O Santos, no Brasil, e o Boavista, foram os dois projetos mais recentes da carreira de ao lado do "professor".

De resto, Rui Águas não esconde algum desconforto pelo momento em que viu confirmada a saída do Bessa da equipa técnica então liderada por Jesualdo Ferreira.

“Esta não é uma altura favorável para se voltar a trabalhar. Estive com o professor Jesualdo no Boavista onde, apesar de muitas dificuldades, acabámos a época positivamente. Na altura em que houve a decisão da não continuidade, as coisas ficaram muito limitadas. De qualquer modo, espero em breve voltar”, assinala, sem revelar se o desejado regresso será ou não ao lado de Jesualdo.

“Depende. Temos uma ligação antiga e muito forte. Temos falado e veremos” conclui.

Rui Águas restabeleceu a parceria com Jesualdo Ferreira, depois de ter sido seu assistente em Braga no início do milénio. Como treinador principal, o antigo avançado orientou a seleção de Cabo Verde, os iraquianos do Pharco, os juniores do Al Hilal, o Vitória de Setúbal e o Estoril.

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