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Benfica confirma detenção de Vieira e demarca-se da operação

07 jul, 2021 - 19:26 • Redação

SAD encarnada não adianta detalhes sobre o futuro de Luís Filipe Vieira nem, mais concretamente, do cargo de presidente.

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A SAD do Benfica confirma a deteção e constituição como arguido de Luís Filipe Vieira, no entanto, demarca o clube e a SAD da operação.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SAD encarnada atesta que as suas instalações foram, esta quarta-feira, "objeto de buscas no âmbito de uma investigação" envolvendo Luís Filipe Vieira, que "terá sido constituído arguido e detido para primeiro interrogatório, encontrando-se o respetivo inquérito em segredo de justiça".

"Nem a Benfica SAD nem o Sport Lisboa e Benfica (ou qualquer entidade por si controlada) foram constituídos arguidos no âmbito desta investigação, tendo sido prestada toda a colaboração solicitada pelas autoridades relevantes", pode ler-se.

A SAD do Benfica informa, ainda, que as funções de Vieira "serão, na medida que se mostre necessária, asseguradas nos termos previstos na lei e nos estatutos". Não há detalhes sobre o futuro do presidente encarnado, nem do cargo.

O Benfica acrescenta que, por estar a decorrer o período de subscrição das obrigações representativas do empréstimo obrigacionista "Benfica SAD 2021-2024" no contexto da oferta pública, "será solicitada a aprovação", pela CMVM, de uma adenda ao prospeto aprovado a 1 de julho de 2021.

O que se sabe até agora

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, foi detido, esta quarta-feira, numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros com prejuízos para o Estado, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

Uma nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) indica que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol e realizados cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária, em Lisboa, Torres Vedras e Braga.

De acordo com o semanário "SOL", os restantes detidos são o filho do presidente do Benfica, Tiago Vieira, e os empresários José António dos Santos, acionista da SAD encarnada e conhecido como "Rei dos Frangos", e Bruno Macedo.

No comunicado do DCIAP, é indicado que os detidos são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.

Em causa, adianta, estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de serem “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.

Está previsto que os quatro detidos sejam presentes, na quinta-feira, a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas coação, “com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e prevenir a consumação de atuações suspeitas”.

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