"É como um passarinho que 'wow', 'flies'"
Os testes de força servem para correr e para o que se segue. Terminada a massagem, somos levados para um novo espaço: o ginásio. Metal a bater, o “clac, clac, clac” de cordas pesadas no chão, o rum-rum das máquinas a trabalhar.
É por aí que começamos, com um curto aquecimento na bicicleta, antes de começar o treino de força propriamente dito. Em poucos segundos, Luís e Carolina concluem que o tempo não é problema, porque, desta vez, o estacionamento ficou de graça.
"Podemos fazer intercalado o membro superior com o inferior, não sei o tempo que vocês têm", sugere o fisioterapeuta. Ao que Carolina responde: "Eu não tenho tempo, é na boa. Ainda por cima, foi a Inês que pagou o estacionamento."
O trabalho ainda mal começou quando o treinador faz a substituição: sai Luís, entra o fisiologista João Simões, para orientar Carolina pelos vários exercícios. Cada passo em frente é também um peso que se levanta dos ombros de um atleta que lida com a pressão de recuperar uma lesão grave.
A carga emocional é dura, ainda que, para já, a de pesos seja moderada.
"Passámos por uma fase de fortalecimento muscular. Tentámos enriquecer o treino não só com a parte inferior, mas também com a parte superior. E, agora, estamos a passar por uma fase em que temos de respeitar exercícios que tenham o ciclo de alongamento e encurtamento muscular, que é a chamada força de reação ou pliometria. Com baixas cargas, de forma moderada, para ver se andamos para a frente. Ver como é que ela reage, dar outro estímulo de força, também.
"Quando chegamos a esta fase, em que já pode começar a correr de uma forma muito ligeira, mesmo a nível mental, para este tipo de atleta, ajuda. Eles ficam mais leves, ficam menos sobrecarregados, com pensamentos mais difíceis de gerir, porque começam a ter alguma rotina de treino, como tinham na modalidade. Agora, daqui para o campo, é a fase mais fácil para os atletas. Rapidamente daqui a uma semana já há bola, já lhes liberta um bocadinho a mente", explica João.