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Premier League e o "eucalipto" Chelsea. O louco mercado de inverno em gráficos

01 fev, 2023 - 20:47 • Diogo Camilo

A janela de transferências terminou com a movimentação mais cara na história da liga inglesa e de um mercado de inverno. Benfica é o clube mais vendedor da época e Sporting o 6.º. Apenas uma das 20 transferências mais caras em janeiro não envolveu clubes da Premier League.

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O mercado de inverno de 2023 vai ficar para a história. Seja pela inflação, por ter acontecido após a realização de um Campeonato do Mundo ou pelo aparecimento de um certo milionário norte-americano num clube londrino, a janela de transferências que terminou no final de janeiro ultrapassou gastos de 1,1 mil milhões, com a Premier League a representar quase 75% do valor investido.

A um minuto e meio do fecho, chegou a maior mexida nas contas: Enzo Fernández trocou o Benfica pelo Chelsea e tornou-se a transferência mais cara num mercado de inverno, da Premier League e a 6.ª maior do futebol.

Com esta venda, o Benfica tornou-se o clube com mais receitas de jogadores na época 2022/23 e nesta janela, recebendo mais de 261 milhões de euros no total - a maior parte através de Enzo e Darwin Nuñez - e quase 128 milhões só em janeiro.

O Sporting, com 125 milhões de euros em vendas, é o 6.º clube nesta lista, enquanto o FC Porto é 18.º, com 86 milhões de euros recebidos.

Com a compra, o Chelsea cimentou um lugar que já era seu: o de maior gastador deste mercado de inverno, com 330 milhões de euros investidos nesta janela de transferências e mais de 611 milhões no total.

O segundo clube nesta lista, o Manchester United, gastou menos de metade dos londrinos. O Benfica surge em 17.º na lista, com 114 milhões de euros investidos.

Além de um novo recorde para uma transferência em Inglaterra, a mudança do argentino para o Chelsea fez com que os londrinos ultrapassassem largamente o antigo recorde de investimento em reforços numa época, que pertencia ao Barcelona, em 2017/18, com 380 milhões.

Das 10 transferências mais caras deste mercado de inverno, quatro foram feitas pelo Chelsea: além de Enzo, os “blues” contrataram o ucraniano Mudryk, ao Shakhtar Donetsk, por 70 milhões de euros, o defesa francês Badiashile, além de Noni Madueke, por 35 milhões de euros.

Apenas uma das 20 transferências mais caras desta janela de transferências não envolveu clubes da Premier League: a de Vitinha do Sporting de Braga, que abandonou o emblema português por 32 milhões de euros, para o Marselha.

Um eucalipto chamado Todd Boehly

A senda de compras milionárias do Chelsea coincide com a saída de Roman Abramovich e com a chegada de um novo dono: o norte-americano Todd Boehly, com uma fortuna avaliada pela Forbes em mais cinco mil milhões de euros, conseguiu superar o seu antecessor na megalomania das transferências.

Os 330 milhões de euros em movimentações no inverno representam mais de um terço de todo o dinheiro em transferências na Premier League e cerca de 30% nas principais seis ligas (Premier, La Liga, Bundesliga, Ligue 1, Serie A e Liga Portugal).

Ao todo, na Premier League, as transferências representaram 75% do valor investido e o seu maior valor de sempre, mesmo sem as transferências do Chelsea.

Foram 830 milhões investidos só na liga inglesa e 1,1 milhões nestas seis competições. A segunda liga com mais dinheiro gasto em transferências foi a francesa, com apenas 130 milhões investidos.

Este é o maior valor de transferências num mercado de inverno, superando os 1,06 mil milhões de euros investidos na época 2017/18.

Nos últimos 10 anos foram registadas transferências nas principais seis ligas no valor de 6,9 mil milhões de euros, dos quais 3,1 mil milhões foram clubes da Premier League a comprar. A segunda liga a gastar mais foi a Serie A, que movimentou quase três vezes menos que a liga inglesa.

Das equipas portuguesas, o Benfica foi o 15.º clube que mais gastou (16 milhões nas chegadas de Schjelderup e Tengstedt), sendo que apenas foram registadas nove transferências definitivas envolvendo dinheiro.

Além de Benfica, o Sporting contratou Ousmane Diomandé ao Midtjylland por 7,5 milhões de euros (mais cinco por objetivos) e Hector Bellerin por um milhão de euros. Joe Mendes rumou ao Braga, vindo do AIK, por 1,5 milhões, além de três jogadores para o Gil Vicente (por um total de 1,5 milhões e a contratação de Manu pelo Vitória de Guimarães, por 325 mil euros.

No total, as equipas portuguesas investiram 28,3 milhões, ficando atrás dos mercados de inverno de 2020/21 (32,1 milhões de euros) e o de 2009/10 (28,4 milhões de euros).

Até ao final de fevereiro, ligas como as da Turquia, Rússia, Suíça ou Sérvia permanecem com a janela de transferências aberta.

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