13 mai, 2024 - 12:20 • Inês Braga Sampaio
Pode já haver campeão nacional, mas há muito, ainda, por resolver na última jornada das I e II Ligas, a começar por quem sobe e desce.
No principal escalão, FC Porto e Sporting de Braga discutem o terceiro lugar e consequentes alocações europeias. Os dragões têm um ponto de vantagem e, na última ronda, há confronto direto, em Braga. Vitória portista ou empate dá o último lugar do pódio à equipa de Sérgio Conceição. Os minhotos têm de vencer para ultrapassar.
A relevância do terceiro lugar para as competições europeias está dependente da final da Taça de Portugal. O Porto vai disputar o jogo decisivo frente ao Sporting e, se vencer, garante de imediato um lugar na fase de grupos da Liga Europa. Contudo, se perder, essa alocação sobra para o terceiro classificado do campeonato. Ou seja, se o Porto segurar o terceiro lugar, garante a presença direta na prova, seja por que via for.
Já o Braga precisaria de arrecadar o terceiro lugar do campeonato ao Porto e ainda esperar por uma vitória do Sporting na Taça de Portugal para garantir a participação na fase de grupos da Liga Europa.
O quarto lugar - ou o terceiro, se o Porto vencer a Taça - dá acesso à segunda pré-eliminatória da Liga Europa. Isto significa que o quinto classificado, que será o Vitória de Guimarães - já não pode subir nem descer -, vai à segunda pré-eliminatória da Liga Conferência.
A outra luta ativa na I Liga, à entrada para a 34.ª e última jornada, é a fuga ao "play-off" de manutenção - no caso da II Liga, a corrida ao "play-off" de promoção, que também continua em aberto.
Com Vizela e Desportivo de Chaves já despromovidos, sobra a equipa que terá de disputar a participação na primeira divisão com o terceiro classificado da segunda. Portimonense, Estrela da Amadora e Boavista são os candidatos: os algarvios estão no lugar de "play-off", com 29 pontos, os amadorenses acima, com 30, e os portuenses em 14.º, com 31.
Na última jornada, o Boavista recebe o já despromovido Vizela e o Estrela o Gil Vicente, ao passo que os algarvios visitam os vizinhos do Farense.
O empate garante ao Boavista a manutenção, dado que, apesar de estar igualado com o Portimonense no confronto direto (uma vitória por 4-1 para cada lado), tem vantagem clara na diferença de golos: 23 negativos para as panteras negras e 35 negativos para os algarvios.
Por outro lado, o Estrela (que tem vantagem no confronto direto: 3-0 em casa e 1-1 fora) precisa de fazer igual ou melhor que o Portimonense para se manter na I Liga: perder ou empatar se os algarvios perderem com o Farense, empatar ou vencer se empatarem, vencer se vencerem.
O Portimonense tem a matemática mais complicada. Não só porque está atrás, mas também porque precisa mesmo de ultrapassar um dos dois adversários pela salvação em pontos. Ou seja, tem de vencer em Faro e ainda esperar que o Estrela perca ou empate ou que o Boavista perca.
Se colocarmos a classificação da I Liga em frente ao espelho, veremos esta luta refletida na II Liga, mas na corrida ao terceiro posto, que dá acesso ao "play-off" de subida, para defrontar Portimonense, Estrela ou Boavista - um reflexo perfeito. Aqui, a luta é entre AVS e Marítimo.
Os avenses estão em vantagem, com um ponto a mais que os madeirenses, e também têm a seu favor o confronto direto (vitórias por 3-2 e 1-0). Ou seja, a equipa de Jorge Costa pode perder ou empatar na receção ao Tondela, desde que o Marítimo não vença na visita ao Académico; uma vitória garantirá sempre o acesso ao "play-off". Em sentido contrário, os insulares precisam de vencer em Viseu e esperar que o AVS perca pontos em casa, nesta última jornada.
Também está por decidir o campeão da II Liga: o Santa Clara lidera, com 70 pontos, mas é o Nacional, dois pontos atrás, que tem vantagem no confronto direto. Em caso de empate pontual, vencem os madeirenses, que, ainda assim, estão obrigados a vencer na receção ao Mafra e esperar que os açorianos percam pontos, em casa, com a União de Leiria. Um empate ou derrota do Nacional dá logo o título ao Santa Clara - a quem também "basta" vencer para se sagrar campeão da segunda divisão.
O "play-off" de manutenção na II Liga já está definido: o Leixões salvou-se e é o Feirense que vai ter de defrontar o terceiro classificado da Liga 3: Sporting de Braga B, Felgueiras ou Lusitânia de Lourosa.
Os minhotos encontram-se no segundo lugar do apuramento de campeão da Liga 3, com 22 pontos, e em posição privilegiada para acompanhar o Alverca na subida direta à II Liga. Contudo, têm à perna, à entrada para a 14.ª e última jornada: no terceiro lugar, que dá acesso ao "play-off", o Felgueiras, com 21 pontos: em quarto, o Lusitânia, com 20.
Estas contas não são simples, avisamos já. Para começar, os três clubes estão numa situação igual ao jogo "pedra, papel, tesoura": no confronto direto, primeiro critério de desempate, o Lusitânia tem vantagem sobre o Braga, o Braga sobre o Felgueiras e o Felgueiras sobre o Lusitânia.
O Braga B "só" tem de vencer o Atlético para garantir a promoção automática. Se empatar ou perder, tem de esperar que Felgueiras e Lusitânia não derrotem Sporting da Covilhã e Alverca, respetivamente, para não cair para fora dos lugares de subida direta e indireta.
O Felgueiras pode perder se o Lusitânia empatar; senão, "basta-lhe" fazer igual ou melhor que a equipa de Santa Maria da Feira, para garantir, pelo menos, o acesso ao "play-off". Para assegurar a subida direta à II Liga, terá mesmo de vencer e esperar que o Braga B perca pontos.
O Lusitânia está, para já, fora dos lugares de subida, mas até pode chegar a segundo. Para aceder ao "play-off", precisa de vencer o já campeão Alverca e esperar que Felgueiras ou Braga B perca ou empate. Para alcançar a promoção direta, a disjunção torna-se conjunção: vencer e esperar que Felgueiras e Braga B percam ou empatem.