Cassiano já tem um dia com o seu nome no Brasil. Agora quer fazer história no Vizela

25 mar, 2022 - 09:30 • Sílvio Vieira

É o melhor marcador do Vizela e está a dois golos de bater o recorde do clube na I Liga. Cresceu num grande do Brasil, mas tem sido o rei dos pequenos. Em Fortaleza ficou eternizado pelo "Cassiano Day". Conheça a história do ponta de lança que viu Otávio "nascer" para o futebol e aconselha Kiko Bondoso aos mais desatentos.

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Até chegar a Portugal, Cassiano fez vida de nómada. "Ainda não tinha estado mais de seis meses num clube". Encontrou uma nova casa em Vizela - depois de passar por 16 clubes - e aos 32 anos ainda acredita estar muito a tempo de cumprir objetivos de carreira.

Melhor marcador do Vizela, depois de ter sido o goleador da II Liga na temporada passada, o ponta de lança brasileiro está a dois golos de bater o recorde do clube no escalão principal. Tem música própria, criada pelos adeptos e desperta um bruaá unânime sempre que joga pela equipa de Álvaro Pacheco.

Apesar da passagem pelo Internacional de Porto Alegre, um grande do Brasil, o seu percurso fica marcado por clubes de menor dimensão, mas em que conseguiu deixar marca. Há até um "Cassiano Day" celebrado a cada 3 de maio em Fortaleza. O ponta de lança conta a história e não acrescenta qualquer ponto, porque a realidade, neste caso, ultrapassa a ficção.

Com mais um ano de contrato, Cassiano não fecha a porta a nada, mas sente conforto em Vizela e, neste momento, só pensa em ajudar a garantir a permanência do clube na I Liga. Não que esteja a pensar na reforma, mas, nesta entrevista à Renascença, faz de "scout" e aconselha Kiko Bondoso e Samu aos grandes.

Grande parte da sua carreira foi passado no Brasil: São José, Esportivo, Glória, Internacional, Santa Cruz, Criciúma, Fortaleza, Santa Cruz, Goiás, GE Brasil, Paysandu e CSA. O gaúcho de Porto Alegre teve ainda experiências na China, no Cazaquistão, na Coreia do Sul e no Chipre. Há três anos assinou pelo Boavista e desde a época passada que é o goleador do Vizela.

O campeonato parou, para os jogos das seleções, numa altura em que o Cassiano estava em boa forma, com dois golos em dois jogos, um deles no Estádio da Luz. Veio em má altura esta paragem?

Sabemos do potencial da nossa equipa, infelizmente tivemos essa paragem - gostamos de estar sempre a jogar -, mas sabemos o trabalho que temos de fazer.

Fico contente pelos dois últimos resultados, apesar de termos procurado a vitória nos dois jogos, importante é pontuar. Vamos aproveitar esta paragem para trabalhar e estarmos mais fortes no próximo jogo.

Tem nove golos esta época, depois de ter sido o melhor marcador da II Liga da temporada passada, com 16 golos. Este ano já marcou na Luz ao Benfica, em Vizela ao FC Porto, para a Taça, e no dérbi com o Vitória. Destaca algum como mais importante?

Todos os golos são importantes, mas marcar na Luz e aqui com o Porto são golos que marcam muito, porque são as duas equipas principais de Portugal, juntamente com o Sporting. Marcar contra eles tem um gosto especial.

Tem alguma meta de golos para esta época?

Não, o meu foco é ajudar a equipa. Claro que a minha função é ajudar com golos, mas, independentemente dos números, eu quero é ajudar a equipa. Seja com golos, com assistências, na marcação, porque o importante é o bem do Vizela.

Na época passada foi o melhor marcador da II Liga e esta época pode bater o recorde de jogador com mais golos pelo Vizela na I Liga. O melhor registo é de Pipa, quem em 84/85, na presença anterior do Vizela no escalão principal, é de oito golos. Se marcar dois até ao fim da época entra para a história do clube. É uma marca que espera atingir?

Claro que isso motiva, porque todos os jogadores querem deixar uma marcar nos clubes por onde passam. Se eu puder deixar o meu nome na história do Vizela será gratificante.

Vou trabalhar para ajudar o Vizela e se conseguir esses prémios individuais melhor ainda. Nós, claro, também trabalhamos para isso, para melhorar números e resultados. Faz parte. Vamos torcer para que isso aconteça.

Desses nove golos esta época há uma boa quantidade nos últimos minutos dos jogos. Algo que na sua carreira já aconteceu em outras ocasiões, como naquele que ficou conhecido como "Cassiano Day" - já lá vamos -, mas há algum segredo para marcar nos últimos instantes?

Ultimamente tem acontecido bastante, mesmo. Eu fico feliz, porque é sinal de que acreditamos até ao último momento. Tenho conseguido estar disponível até ao final do jogo, o que, muitas vezes, não acontece devido ao desgaste.

Ultimamente está a dar certo, a nossa equipa entrega-se muito do início ao fim e não deixa de acreditar. Isso, consequentemente, ajuda-me muito, porque os meus colegas acreditam sempre.

Eu tenho de estar lá, pronto para poder marcar, com a cabeça tranquila, porque esses golos no fim do jogo são mais decisivos, em momentos de tensão. Ter a cabeça boa para finalizar bem é importante também.

Muitos desses golos têm sido decisivos nos pontos que o Vizela tem na tabela. A equipa está em posição de permanência na I Liga, mas, pelo rendimento que tem apresentado e pelos golos que tem marcado, esperava que a equipa estivesse mais longe da zona de descida?

Desde a II Liga que temos um grupo muito dedicado, fizemos uma II Liga muito competente, em que ficámos muitos jogos sem perder. Isso dá uma confiança maior. A I Liga é um campeonato mais difícil, mas com a qualidade que tínhamos, mais os jogadores que chegaram, estamos a conseguir, aos pouquinhos, alcançar o nosso objetivo.

Sabemos que não é fácil, mas estamos a trabalhar para isso. Temos um plantel de qualidade, há muitos jogadores a evoluir e isso ajuda-nos a conquistar pontos. Nós temos muitos empates, mas também ajuda.

Cassiano marcou ao FC Porto na Taça de Portugal Foto: Hugo Delgado/Lusa
Cassiano marcou ao FC Porto na Taça de Portugal Foto: Hugo Delgado/Lusa
Golo ao Santa Clara foi o primeiro na I Liga e o mais especial da época Foto: Manuel Fernando Araújo/Lusa
Golo ao Santa Clara foi o primeiro na I Liga e o mais especial da época Foto: Manuel Fernando Araújo/Lusa
Festejo de Cassiano na Luz, após marcar ao Benfica Foto: Manuel de Almeida/EPA
Festejo de Cassiano na Luz, após marcar ao Benfica Foto: Manuel de Almeida/EPA
Boavista foi o primeiro clube que Cassiano representou em Portugal Foto: Fernando Veludo/Lusa
Boavista foi o primeiro clube que Cassiano representou em Portugal Foto: Fernando Veludo/Lusa

Isso advém do risco que a equipa coloca em cada jogo?

Já aconteceu conseguirmos empates nos minutos finais e sofremos empates e derrotas nos minutos finais.

É um campeonato muito equilibrado, temos noção disso, mas o trabalho que temos feito com a equipa técnica tem-nos ajudado a lidar bem com essas situações.

Há um reconhecimento geral da crítica de que o Vizela veio acrescentar qualidade à I Liga, pela forma como encara os jogos, pelo futebol que apresenta. Acredita que uma abordagem mais cautelosa, no entanto, poderia resultar em mais pontos para o Vizela?

Os jogos em que sofremos golos nos últimos minutos foi no início da primeira volta. Na segunda volta não está a acontecer. Estamos a conseguir marcar e estamos a sofrer antes, que é uma coisa que o treinador tem tocado, porque, por vezes, temos de sofrer para começar a jogar.

Temos de melhorar isso, é um ponto em que estamos a trabalhar para podermos conseguir vitórias e alcançar a manutenção o quanto antes.

O plantel é constituído por uma mistura de jogadores jovens e experientes. O Cassiano é um dos mais experientes. Olhando para o plantel, destaca algum jogador que claramente pode estar num patamar superior em breve?

Nós temos muitos jogadores de qualidade. O ponto que eu destaco são os jogadores que estão no clube desde o Campeonato de Portugal. Eles estão a fazer uma grande época na I Liga.

Isso dá grande valor aos jogadores que estão nesses escalões e que muitas vezes não têm oportunidade de estar num clube bom.

O Samu e o Kiko [Bondoso] são dois exemplos. São jogadores de muita qualidade. O Kiko é diferenciado, é um grande jogador, com potencial para estar em grandes clubes e acredito que isso vai acontecer.

O Samu está a fazer um grande campeonato e também evoluiu muito com o Vizela. São os jogadores com grandes histórias, porque vieram com o clube até à I Liga e estão a fazer grandes épocas.

Ao longo da sua carreira teve vários destes jovens que acabaram por explodir. Remeto-o ao plantel que encontrou no Internacional de Porto Alegre. Esteve com jogadores experientes como Forlán, D'Alessandro e Juan, mas miúdos como Lucas Lima, Fred, Leandro Damião, Oscar e, também, Otávio, agora jogador do FC Porto. Previa esta explosão do Otávio?

Ele era uma joia do Inter. No ano em que joguei [2012], ele era muito novo, tinha 17 anos, e não jogava muito, mas já estava com o plantel principal. Treinava com o plantel principal e ia para os jogos.

Depois foi incrível, no ano seguinte ele explodiu. Rebentou nesse ano e foi logo transferido para o Porto.

Ele tinha muita qualidade e o nível que ele atingiu não é novidade para ninguém. Ao chegar ao Porto evoluiu mais ainda. É um jogador impecável.

Entende a opção dele pela seleção portuguesa? Otávio encaixaria na seleção brasileira?

Cabia na seleção brasileira, mas entendo a decisão dele. Já está cá em Portugal há muito tempo, sente-se em casa e acho bonito da parte dele, e merece estar na seleção.

Falámos de jogadores que deram o passo para clubes grandes. O Cassiano passou pelo Internacional de Porto Alegre, um grande do Brasil, mas a sua carreira fica marcada por passagens por clubes de menor dimensão, mas com o Cassiano muitas vezes promovido ao estatuto de craque. Em Vizela já tem uma música, os adeptos adoram-no, há a passagem pelo Fortaleza, com o "Cassiano Day", pelo Paysandu.

Este reconhecimento é muito importante. Todos os jogadores procuram ser uma referência num clube. Há sempre o nosso ego, em que queremos estar bem, sentir carinho, sentir que é importante num clube.

Quando não sentimos isso, por vezes, nem queremos estar no clube. Há jogadores que, mesmo estando em clubes bons, se não estão a jogar, se não são valorizados, não querem continuar.

Por isso, muitos jogadores dão um passo atrás para conquistar esse reconhecimento. Isso aconteceu muitas vezes na minha carreira, muitas vezes mesmo. Cheguei a clubes em que as coisas não resultaram e eu não quis continuar, ou o clube não quis continuar comigo.Tive esses altos e baixos na minha carreira, e foi muito importante para o meu crescimento.

Por vezes achamos que já é tarde, mas para mim está a chegar mais tarde, mas tudo o que eu passei e que estou a viver aqui no Vizela, que tem sido incrível, não quero parar por aqui.

Quero alcançar mais conhecimento, mais valor e é isso que os jogadores têm sempre na cabeça.

Trocava este seu percurso por um currículo e, eventualmente, um conta bancária mais recheadas?

Não. Tudo é um processo e cada um tem o seu. O meu foi importante, mesmo nos altos e baixos. Conheci lugares e pessoas que nunca pensei conhecer.

Claro que todos querem estar num clube grande, ter uma estabilidade, mas eu não fico triste pelos momentos difíceis que vivi.

Um dos grandes momentos foi no Fortaleza. Conte-nos lá o que é o "Cassiano Day"?

Foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira. Todos os jogadores, principalmente os pontas de lança, querem marcar golos e golos importantes. Eu consegui marcar um golo que, além de ser contra o maior rival do clube, foi um golo que deu um título no último minuto.

Isso marcou muito, porque há uma história à volta desse momento. No Brasil há campeonatos estaduais, campeonato brasileira e Taça do Brasil. No Nordeste há também Copa do Nordeste, que, na altura, o Ceará tinha vencido.

Foi campeão numa quarta-feira e nós tínhamos a final do estadual, com eles, no domingo. Nós ganhámos o primeiro jogo da final, por 2-1. Um empate para nós chegava. O jogo começou e nós marcámos o 1-0 e ficámos tranquilos. Na segunda parte, aos 78 minutos um jogador do Ceará foi expulso e toda a gente pensou que o título já era nossa.

Mas, aos 85 minutos eles marcaram. Continuamos tranquilos, mas aos 90 eles fazem o segundo golo e aí o título era deles, porque tinham vantagem pela melhor campanha que tinham feito na prova. Ou seja, golo aos 90 era golo do título. Os adeptos deles ficaram loucos, comemoraram durante três minutos e nós tínhamos jogadores ajoelharem-se.

Fomos ao meio do campo e o nosso capitão, o Correia, ele disse para dar um toque para trás e toda a gente ir para a área. Eu passei para trás e a minha equipa foi toda para a área do Ceará.

Ninguém do Ceará marcou o Correia, porque também foram todos para a área. Ele aproveitou para carregar a bola mais um pouco, passou para o lateral-esquerdo que faz uma variação para o lateral-direito; ele cabeceia para dentro da área e eu faço o golo.

Aí, esquece, foi um uma loucura, foi incrível! Aí nasce o "Cassiano Day".

Foi o clássico mais marcante, pela forma como aconteceu. Se tivéssemos vencido o jogo por 1-0 seria mais um título, mas da forma que foi, contra o maior rival, marcou muito e ainda marca hoje.

Há muitos adeptos que me enviam mensagens, há música, há o "Cassiano Day" que é a data do jogo e eles comemoram o dia.

Vai de encontro àquilo que tínhamos falado antes, de ficarmos na história de um clube. Eles têm um mural com a minha cara atrás do campo de treinos. Ou seja, eles vêm a minha cara todos os dias [risos].

Isso também é um troféu para si?

Sim, ficar na história de um clube é um dos maiores troféus. Quando eu morrer vão contar a história do jogo para os filhos e para os netos.

Há pouco falou de estabilidade. Certo é que ao longo da sua carreira nunca teve esse equilíbrio. O período de maior estabilidade está a vivê-lo agora no Vizela, com duas épocas completas e mais um ano de contrato. Esteve em 16 clubes até chegar ao Vizela. Estava à procura desta estabilidade? Podia ter surgido mais cedo? O facto de não a ter tido dificultou o seu percurso?

Eu acredito que sim, que dificultou. Eu normalmente ficava seis meses num clube. Umas vezes por estar bem e sair para um clube melhor; outras vezes por não correr bem e ser dispensado pelo clube.

No Brasil há muito essa instabilidade. Aqui em Portugal consegui essa estabilidade aqui no Vizela. Fiquei uma época no Boavista e foi a segunda vez que fiquei uma época inteira num clube.

Ter esta estabilidade no Vizela é incrível, principalmente num clube como este. Aqui somos como uma família. Eu gosto de estar no estádio, de estar no clube, de vir treinar e isso nem sempre acontece.

Há muitos clubes em que vamos treinar e depois só queremos ir para casa. Aqui sentimo-nos muito bem, somos uma família, é um clima leve. Por consequência, com os resultados que temos tido, deixa-me muito feliz por estar a viver o que estou a viver.

Quando chegou tinha bancadas vazias, devido à Covid-19. Ficou surpreendido com o impacto de ter público aqui no estádio?

Muito. Não esperava. Os nossos adeptos são incríveis, em casa e fora. O meu primeiro jogo no estádio foi com o Santa Clara. Eu entrei, tive o primeiro contacto com os adeptos porque tinha falhado o jogo anterior em Vizela, porque estava lesionado.

Entrar, ouvir a música deles para mim e marcar um golo importante naquele jogo [deu o empate ao Vizela] faz com que seja um momento que vai ficar marcado na minha carreira.

Esse é o golo mais importante da época para mim. Por mais que tenha marcado ao Porto e ao Benfica, esse golo foi o meu primeiro pelo Vizela na I Liga, vinha de lesão e não estava a ser um momento fácil.

Em janeiro houve propostas por si, revelou o presidente do Vizela. Esteve a par disso? Qual era o seu desejo?

Tentei não entrar muito nesse assunto. Tentei focar-me no Vizela, até porque nessa altura fez quatro, cinco golos. Eu sempre estive focado no Vizela e deixei o resto de lado, para o clube definir.

Esse sentimento de conforto que manifesta fê-lo estar menos preocupado com essa situação?

Exatamente. E por vezes as pessoas podem confundir as coisas. Podiam pensar que eu não marcava golos porque queria ir embora. Mas não aconteceu isso, estive sempre focado no Vizela.

Falava-se de um clube do Irão, o Persepolis, entre outros interessados. No caso do Irão, seria mais um destino para um campeonato mais distante, depois de já ter estado na China, na Coreia do Sul e no Chipre. Estaria disposto a mais uma aventura desse tipo?

Eu já encarei muitos desafios na minha vida e não me importaria de encarar mais um. Mas, como disse, sinto-me em casa aqui no Vizela. Tenho muitos amigos aqui em Portugal, sinto-me em casa e é a primeira vez que isso acontece comigo.

Em muitos lugares em que estive não criei amizades, porque a vida de jogador é muito limitada, mas aqui em Portugal consegui fazer muitos amigos. Não me passou pela cabeça ainda em trocar tudo isto para viver uma coisa nova. Estou focado no Vizela para tentar fazer o melhor possível.

Li que tem investimentos no Brasil, numa cadeia de hotéis. É verdade?

Não é isso [risos]. Eu tenho é quotas num hotel, mas é de quartos de um hotel. Mas preocupo-me muito com o meu futuro e tenho outros investimentos no Brasil.

O futebol passa rápido e eu preocupo-me muito com o futuro da minha família. Tenho uma filha e preocupo-me muito em estar bem quando parar.

Tem 32 anos, mais um ano de contrato com o Vizela. Tem algum plano para a reforma, aponta a alguma idade como limite?

Não aponto a uma idade, porque enquanto estiver bem, e sentir que posso ajudar, vou dedicar-me. Quando vir que não conseguir aí vou parar. Mas hoje não posso dizer quando vou parar. Eu gosto de jogar futebol, independentemente de como estar financeiramente.

Tenho amigos, com a minha idade, que já pararam porque já atingiram um nível financeiro que queriam. Eu gosto mesmo de jogar futebol, do convívio de todos os dias. Enquanto me sentir bem vou querer continuar.

Vê-se a continuar aqui em Vizela para lá de 2023?

Estou muito feliz aqui, acredito muito no projeto do clube. O clube está a crescer, a permanência na I Liga é muito importante e enquanto estivermos em sintonia vejo-me aqui.

Se o Vizela conseguir alcançar a permanência, acredita num plano mais ambicioso?

Acredito que sim. É um clube que está a crescer muito. Desde o primeiro dia que cheguei até hoje a diferença é surreal.

Quando cheguei ao clube, ainda na II Liga, o estádio estava todo em obras. Nós treinávamos noutro lugar, o balneário era outro e confesso que até me assustei [risos].

Vinha do Boavista e cheguei cá, sem conhecer muito bem o clube, vejo tudo estranho e pensei: "Onde é que me vim enfiar?" [risos]. Mas é um clube muito correto e deram sempre as melhores condições. Se fizermos um bom trabalho na I Liga isso vai trazer mais dinheiro e o clube vai crescer.

Está convicto de que a equipa vai conseguir a manutenção, mas em que jornada acha que vai acontecer?

Isso não sabemos. É um campeonato muito disputado, difícil e pensamos ponto a ponto, jogo a jogo. Cada jogo é uma final, temos sete pela frente e vamos fazer o máximo a cada jogo para alcançar o objetivo quanto antes.

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