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Formação recupera da pandemia

AF Porto atinge nível máximo de atletas inscritos

16 fev, 2022 - 10:22 • Luís Aresta

Há agora mais praticantes de futebol e futsal do que antes da pandemia. FC Perafita é o exemplo mais recente da aposta na formação.

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Depois de dois anos de pandemia de Covid-19, a Associação de Futebol do Porto (AFP) atingiu o nível máximo de inscrições de atletas de futebol e futsal, tendo superado a época 2018/2019, a última antes de o novo coronavírus ter sequestrado a prática desportiva nas mais diversas modalidades. Não há mal que sempre dure.

Em entrevista à Renascença, o presidente da AF Porto, Manuel Neves, aponta para “sinais plenos de recuperação” não escondendo satisfação por ter conseguido “ultrapassar o pico da AF Porto na época 2018/2019 em toda a plenitude, nos seniores e camadas jovens, quer do masculino, quer do feminino, tanto no futebol como no futsal”.

Medicina preventiva na origem da cura

Segurar e mesmo aumentar o número de atletas inscritos na AF Porto não foi um milagre. No total das duas épocas de pandemia, entre testes e apoios financeiros aos clubes, o organismo investiu cerca de dois milhões de euros.

Só as despesas em testes de despistagem do novo coronavírus representaram cerca de 100 mil euros, revela Manuel Neves, que fala num “trabalho invisível de recuperação de clubes e de atletas”, qualquer coisa como uma “medicina preventiva, quer ao nível dos apoios financeiros quer da prevenção da doença”, tida pelo dirigente como “um passo muito importante que os atletas não optassem pelo abandono” e reorientassem o seu percurso desportivo para modalidades de caráter individual.

Manuel Neves admite que “isso chegou a acontecer com alguns atletas, que foram recuperados já ao longo desta época 2021/22”.

FC Perafita dá o exemplo e retoma a formação

O Futebol Clube de Perafita é um bom exemplo do ressurgir da formação no futebol pós-pandemia. O emblema fundado em 23 de janeiro de 1946 (já lá vão 76 anos) tenta voltar a encher os pulmões, impulsionado por um grupo de sócios liderado por Israel Mota.

O presidente do Perafita, entrevistado por Bola Branca, reconhece que o clube “tal como outros, está a atravessar uma fase difícil, por causa da covid e de outras situações”. Quando há alguns meses assumiu a desafio de pegar no FC Perafita, juntamente com um pequeno núcleo de associados, Israel Mota definiu dois objetivos prioritários: um deles "era o clube não fechar portas, porque tem 76 anos de existência e já não é uma instituição qualquer”, diz.

O outro é "ver aquele campo cheio de crianças. Para nosso desânimo só temos as equipas de seniores e de sub-23”, diz. O projeto já em marcha, declara o dirigente “passa por ter meninos e meninas - atletas da formação - e reerguer a academia do FC Perafita”.

Sensibilidade feminina no apoio à formação

Israel Mota elogia o apoio que o clube tem recebido das autarquias mais próximas do clube, ambas presididas por mulheres – Luísa Salgueiro é a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos; Lurdes Queirós preside à União das Freguesias de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo.

“Temos de ser justos. A Câmara de Matosinhos deve estar entre as que mais apoiam o desporto a nível nacional e mesmo a junta de freguesia, dentro das suas limitações, também colabora”. declara.

Só que, admite, “por muito que colaborem, nunca chega. Temos muitos gastos. Ao criar a academia, o Perafita não pretende ter lucros”, esclarece o presidente do clube, fazendo notar que “hoje em dia já não se anda no futebol por gosto, é preciso pagar ao treinador, ao massagista, ao guarda do campo, e tudo isso tem custos”.Estratégia de captação com treinos de borla e ações nas escolas

“Estamos a visitar escolas, jardins de infância e ATL. Vamos proporcionar treinos gratuitos até ao fim de julho, para cativar miúdos, para virem experimentar. Há muitos pais que receiam que os filhos venham uma vez e depois não queiram vir mais. Assim é uma forma de os cativar e, quem sabe, ficarem e ajudarem ao renascer da academia”, declara o presidente do FC Perafita, deixando claro que o objetivo financeiro, ainda que a longo prazo, não é aquilo que move o clube.

“Mais do que nos preocuparmos em ter resultados e em fazer ‘montra’, devemos preocupar-nos em formar homens, mostrar aos miúdos o que são princípios e vê-los divertirem-se. Se dedicamos o pouco tempo que temos sem retirar qualquer benefício, não faria sentido estar a trabalhar na formação com o objetivo do dinheiro”, remata.

AF Porto partilha o caminho para saciar fome de prática desportiva

Confrontado pela Renascença com o exemplo do FC Perafita, o presidente da Associação de Futebol do Porto considera-o significativo.

“Não há dúvida nenhuma”, declara, destacando que também o organismo que dirige está “a fazer um trabalho de proximidade com as autarquias, no sentido de trazer mais formação, com especial incidência no futebol e futsal, fazendo uma aposta clara no feminino”.

Manuel Neves enfatiza que a retoma da formação nos clubes é como ‘saciar a fome’ no futebol e no futsal, porque, diz, “as pessoas, as crianças estavam ávidas de regressar, de brincar umas com as outras, de ver os amigos. Esse regresso está a ser feito gradualmente, mas com segurança”, conclui.

Estratégia de captação com treinos de borla e ações nas escolas

“Estamos a visitar escolas, jardins de infância e ATL. Vamos proporcionar treinos gratuitos até ao fim de julho, para cativar miúdos, para virem experimentar. Há muitos pais que receiam que os filhos venham uma vez e depois não queiram vir mais. Assim é uma forma de os cativar e, quem sabe, ficarem e ajudarem ao renascer da academia”, declara o presidente do FC Perafita, deixando claro que o objetivo financeiro, ainda que a longo prazo, não é aquilo que move o clube.

“Mais do que nos preocuparmos em ter resultados e em fazer ‘montra’, devemos preocupar-nos em formar homens, mostrar aos miúdos o que são princípios e vê-los divertirem-se. Se dedicamos o pouco tempo que temos sem retirar qualquer benefício, não faria sentido estar a trabalhar na formação com o objetivo do dinheiro”, remata.

AF Porto partilha o caminho para saciar fome de prática desportiva

Confrontado pela Renascença com o exemplo do FC Perafita, o presidente da Associação de Futebol do Porto considera-o significativo.

“Não há dúvida nenhuma”, declara, destacando que também o organismo que dirige está “a fazer um trabalho de proximidade com as autarquias, no sentido de trazer mais formação, com especial incidência no futebol e futsal, fazendo uma aposta clara no feminino”.

Manuel Neves enfatiza que a retoma da formação nos clubes é como ‘saciar a fome’ no futebol e no futsal, porque, diz, “as pessoas, as crianças estavam ávidas de regressar, de brincar umas com as outras, de ver os amigos. Esse regresso está a ser feito gradualmente, mas com segurança”, conclui.

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