15 jul, 2024 - 05:20 • Hugo Tavares da Silva
Unai Simón explicou tudo depois da final do Euro 2024. Enquanto os bichinhos que mordem os nervos como tigres não o deixavam em paz, antes do jogo, Nico e Yamal dançavam. Os miúdos contagiaram o grupo, confessou o guarda-redes. E jogaram barbaridades, fabricaram inclusive o 1-0 contra a Inglaterra, em Berlim. Morata e Carvajal choraram abraçados. Dani Olmo, que tirou uma bola em cima da linha, foi proclamado o ‘pichichi’ do torneio. Fabián Ruiz agarrou na taça com autoridade, como quem sabe que foi importante. Os melhores triunfaram, viva o futebol. Cuidando da bola como sempre (ou desde o pós-‘fúria'), os espanhóis aceitaram a vertigem imberbe como mais uma verdade deste jogo.
A Espanha ganhou três dos últimos cinco Campeonatos da Europa. E também venceu todos os sete jogos (um deles no prolongamento), sempre com um belo e corajoso futebol. Rodri foi eleito o melhor jogador do torneio, já há quem torça o nariz ao exagero. Lamine Yamal foi escolhido para ‘MVP’ juvenil. Luis de la Fuente, o selecionador espanhol, tornou-se no primeiro a ganhar Europeus em sub-19, sub-21 e no principal escalão, a que juntou a Liga das Nações. Do outro lado, foi a primeira vez que uma seleção perdeu duas finais de Europeus consecutivas. Harry Kane soma a sexta derrota em finais.
Southgate, um homem castigado pelo penálti falhado em 1996 e pelos quase triunfos, elogiou o rival. De la Fuente falou em felicidade. Kane, sem surpresas e cancelando as titulares “yes, we Kane”, admitiu sentir dor. Já o senhor Jesús Navas despede-se da seleção com quatro títulos. É o único a alcançar tal feito. Sobre o jogo (e melhor 11 do torneio), nada melhor do que ler o derradeiro texto do comentador e analista Francisco Sousa.
Espanha 2-1 Inglaterra. A primeira parte foi pobre. A bola, ainda assim, sabia que preferia os espanhóis. Nico Williams fez o 1-0, depois de mais uma assistência de Yamal. Quando tudo parecia sentenciado e as diferenças entre as duas equipas estavam bem vincadas, Cole Palmer, que tinha entrado há qualquer coisa como 180 segundos, bateu na baliza e fez sonhar uma nação inteira. Perto dos 90’, Mikel Oyarzabal encostou uma bola maravilhosa saída da canhota de Cucurella. A justiça estava reposta.
Antes de tocar na bola, Yamal deu uma volta como se fosse um dançarino. O passe de Carvajal encontrou-o numa zona interior, onde também está confortável. Ele recebeu, evitou Luke Shaw, aguentou o contacto, aproveitou a corrida de Dani Olmo para eliminar Walker da jogada e tocou para Nico Williams. O avançado do Athletic rematou com a canhota e foi feliz.
“É certamente o dia mais feliz da minha vida desportiva. Construímos uma família, somos campeões europeus. Agora somos a mais bem-sucedida equipa do Campeonato da Europa. Batemos todos”, declarou Rodri, depois do apito final no Olímpico de Berlim.
O apito final e a festa e a desilusão e o futebol a acontecer como acontece sempre quando há pessoas que ganham e outras que perdem.
… o Mundial 2026? :)
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