09 jun, 2024 - 09:15 • Francisco Sousa
A primeira adversária da anfitriã Alemanha vai ser a turma escocesa, que teve uma qualificação mais tranquila do que o esperado, apesar do fecho mais desapontante: entre quatro jogos particulares e as últimas três partidas do apuramento, a Escócia não somou qualquer triunfo, ainda que tenha defrontado Espanha, Inglaterra, França ou Países Baixos nesse período.
A equipa de Steve Clarke até iniciou o período de apuramento em grande estilo (cinco vitórias em tantos encontros, com destaque para um triunfo sobre a Espanha em Hampden Park). McTominay mostrou estatuto de goleador (sete golos), em movimentos de chegada da área próprios de uma equipa que tem na arte do cruzamento uma das receitas para o ataque à baliza rival.
A figura é Andy Robertson. É Lateral de alto gabarito, figura de proa dos melhores anos de Klopp em Liverpool, pode fazer a diferença numa Escócia que está sedenta de sucesso. A presente época nem foi a melhor em Anfield, mas a qualidade a ganhar embalo, a combinar e a servir cruzamentos a partir da esquerda são fundamentais para a equipa de Clarke.
Jogando preferencialmente com três centrais (3-4-2-1, com variação para um 5-4-1 no momento defensivo), Clarke pode variar para uma linha de quatro no setor defensivo, solução testada até no encontro de preparação com Gibraltar (e utilizada também nos últimos encontros da fase de qualificação). Categoria técnica não falta à atual geração escocesa.
John McGinn foi um dos artífices da época excecional do Aston Villa e prevê-se que a canhota do «7» vá construir alguns dos melhores lances ofensivos da Escócia. O rasgo de Ryan Christie (com gosto por procurar a baliza) e a categoria no passe de Billy Gilmour ou Callum McGregor também vão acrescentar muito no momento ofensivo, bem como as incursões pelo lado esquerdo de Andy Robertson. Não havendo Hickey ou Patterson para o lado direito, fica no ar a dúvida sobre a eventual mudança tática, mesmo que Ralston esteja à espreita de um lugar no onze - com a possibilidade de existir alguma adaptação.
No ataque, Lyndon Dykes lesionou-se às portas do Europeu e o lugar de referência ofensiva na equipa inicial será disputado por dois jogadores que marcaram vários golos no Championship (Ché Adams e Tommy Conway) e um dos resistentes do campeonato escocês que não joga em Celtic ou Rangers - Lawrence Shankland, do Hearts, melhor marcador da liga, com 21 golos apontados.