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Pres. Câmara de Portimão

"Fórmula 1 é balão de oxigénio para o Algarve"

23 out, 2020 - 08:00 • Eduardo Soares da Silva

Em entrevista à Renascença, a presidente da Câmara de Portimão fala do evento como um investimento no futuro da região. Isilda Gomes acredita que o sucesso da prova irá levar as equipas e a FIA a pedirem para que Portugal continue no calendário do Mundial de Fórmula 1, e não prevê aumento de casos de Covid-19 na região.

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Fórmula 1 é "balão de oxigénio" para o Algarve
Fórmula 1 terá impacto na economia do Algarve a longo prazo, prevê Isilda Gomes.

Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão, acredita que a Fórmula 1 terá um enorme impacto na região do Algarve, que se estenderá para lá do fim de semana da corrida.

No Autódromo Internacional do Algarve estarão 27,500 pessoas, mas Isilda Gomes contabiliza ainda os acompanhantes sem bilhete e a promoção da região. A autarca espera tirar dividendos para o ano e receber muitos mais turistas, convencidos pela região depois do Grande Prémio.

Em entrevista à Renascença, a presidente da câmara diz acreditar que a multidão não terá efeitos negativos nos números da Covid-19 no Algarve, a zona menos afetada de Portugal continental.

A expetativa é de que a Fórmula 1 possa continuar a passar pelo Algarve nos próximos anos. Isilda Gomes antecipa um sucesso tão grande que serão "as equipas e a FIA [Federação Internacional do Automóvel] a pedir para vir para Portugal".

Que impacto pode ter a Fórmula 1 na economia do Algarve, uma região foi muito afetada pela pandemia da Covid-19 com a redução do turismo?

Do que tem chegado ao meu conhecimento, de Lagos até Albufeira, todos os hotéis estão reservados. Nesta altura complicada, qualquer injeção de capital, por pouco que seja, vem dar algum alento e força aos empresários.

Mas não é só na hotelaria, também na restauração e comércio. Isto é extremamente importante e um balão de oxigénio que estamos a injetar no Algarve.

Serão 27,500 pessoas no autódromo, mas há também os acompanhantes. Será muito mais gente do que aquela que contabilizamos nos 27,500.

Sabe números concretos em relação ao lucro que a Fórmula 1 pode trazer para a região?

Já ouvi falar de muitos milhões, mas não está quantificado ainda. É difícil. Posso garantir que isto é um investimento no futuro da região de Portimão. Todos sabemos que, sendo Portimão uma cidade turística, a Fórmula 1 é uma forma de divulgar a região e dar a conhecer Portimão a nível mundial.

A Fórmula 1 é talvez a prova com mais milhões de pessoas a ver na televisão. É um investimento enorme na promoção em termos de futuro. As pessoas para o ano, conhecendo Portimão e olhando para este sol magnífico quase em novembro, optarão por vir passar férias para o Algarve.

Isto não é quantificável. Podemos contar o dinheiro nos hotéis, mas o resto não. É uma oportunidade única.

A lotação foi reduzida para os 27,500 espectadores. Lamenta a redução, ou é um número que, ainda assim, a satisfaz?

Gostaríamos de ter os 90 mil, que é a capacidade total. Isto era ideal, num ano sem pandemia.

Quando se falou de 40 mil, ficamos muito felizes, mas estou satisfeita com os 27,500. Tenho de agradecer aos membros do Governo que aprovaram este número, que me satisfaz plenamente.

O Algarve é a zona menos fustigada pela pandemia da Covid-19 em Portugal continental. Teme que a presença de tanta gente possa ter um impacto negativo e subir os números de casos?

Não, se as pessoas cumprirem as recomendações da Direção-Geral da Saúde. Quando começou o verão e começaram a vir turistas, todos diziam que isto ia rebentar. Não foi assim. Em Portimão os casos aumentaram devido a dois surtos, os dois ligados a igrejas. São coisas muito localizadas.

As pessoas no autódromo vão cumprir porque serão fiscalizadas. Nestes espaços é também obrigatório cumprir as regras. Se cumprirem, todos teremos dias animados e viveremos a festa da Fórmula 1 em segurança.

A câmara teve um papel importante na vinda da Fórmula 1 para Portugal. Esperam que Portimão continue no calendário no próximo ano? Há algum desenvolvimento nesse sentido?

Cito Paulo Pinheiro, diretor do Autódromo Internacional do Algarve. Estamos a fazer o nosso papel e vamos fazer tudo tão bem que vão ser as equipas a querer vir. A FIA [Federação Internacional do Automóvel] vai pedir para vir para o Algarve.

Estamos a dar a imagem de uma região fantástica e cumpridora das regras, com gente simpática, hotéis fantásticos e gastronomia fora de série.

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