01 ago, 2023 - 07:00 • Inês Braga Sampaio
O impossível ficou a centímetros. A um poste, a um remate um pouco mais para a esquerda, com um pouco mais de sorte. Portugal diz adeus ao Mundial feminino, depois de empatar, sem golos, com os Estados Unidos, mas estende uma passadeira de grande sucesso para o futuro.
Os primeiros minutos foram de grande aflição, contudo, Portugal, que estava obrigado a ganhar para passar, rapidamente assumiu o jogo frente às bicampeãs do mundo em título e, aos 16 minutos, num contra-ataque e com tudo para fazer melhor, Jéssica Silva atirou ao lado. Os EUA responderam 11 minutos depois, mas Inês Pereira brilhou com dupla defesa a remates de Lynn Williams à queima-roupa.
Na segunda parte, Portugal voltou a entrar mais tremido e as norte-americanas deram a sensação de poder marcar, no entanto, a tendência voltou a inverter-se rapidamente. Já depois de duas saídas de Alyssa Naeher aos papéis, em bolas paradas da equipa das quinas, Telma Encarnação - a marcadora do primeiro golo de sempre de Portugal em Mundiais, frente ao Vietname - e Ana Capeta entraram para dar corpo ao sonho português.
Aos 91 minutos, Tatiana Pinto colocou longo em Telma, que, de cabeça, lançou Ana Capeta na profundidade. A jogadora do Sporting progrediu e, na cara de Naeher, rematou fora do alcance da guarda-redes, mas a bola esbarrou no poste.
O sonho esfumou-se por centímetros, tatuado na tinta branca do ferro que se interpôs entre a ambição e o arrojo de 23 jogadoras, que nunca permitiram que lhes impusessem impossíveis, e o golo mais importante da história do futebol feminino português.
Contas feitas, Portugal termina o grupo E com quatro pontos, fruto da histórica vitória sobre o Vietname, contra sete dos Países Baixos, que terminam em primeiro, e cinco dos Estados Unidos. As vietnamitas ficam em último, sem pontos.