Liga das Nações

Júlio Velázquez: "Espanha-Portugal não será um jogo normal"

02 jun, 2022 - 06:54 • Rui Viegas

Desgaste de final de época tem de ser levado em conta esta quinta-feira, adverte o técnico espanhol que já treinou três clubes no nosso país. Numa entrevista a Bola Branca, Júlio Velázquez aborda ainda o seu futuro e não descarta voltar à Liga portuguesa.

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"Não será um jogo normal". O treinador espanhol Júlio Velázquez, em entrevista a Bola Branca, lança o Espanha-Portugal desta quinta-feira, em Sevilha, para a primeira jornada da Liga das Nações.

O treinador de Salamanca, de 40 anos, considera que o desafio vai ficar marcado pelo desgaste com que os jogadores de ambos os conjuntos chegam a este embate.

"As épocas ficam muito carregadas de jogos e os jogadores chegam a esta altura com um desgaste fisico e emocional terrível. Então, não é um jogo normal. Mas é um jogo entre equipas de muito potencial, duas das melhores do mundo, e acredito que poderemos ter um jogo bonito", defende Júlio Velázquez.

O técnico, que em Portugal orientou Belenenses, Vitória de Setúbal e Marítimo, destaca o coletivo luso e desvaloriza a ausência de Thiago Alcântara na "Roja".

"É um grandissimo jogador, mas não podemos esquecer que a Espanha tem jogadores de muito nível em todas as posições, tal como Portugal, para que não se note muito essa baixa. Portugal conseguiu classificar-se para o Mundial, tem jogadores que fazem a diferença, mas devemos destacar - sobretudo - o coletivo. Em todas as posições", acrescenta de forma elogiosa, ao mesmo tempo que encontra duas justificações para o facto de Real Madrid e Barcelona já não serem hoje os únicos fornecedores da seleção espanhola.

"O futebol mundial mudou. Por exemplo, futebolistas de equipas do meio da tabela na Premier League podem jogar na seleção espanhola. E para o selecionador, o que importa é a performance atual, o rendimento, e não onde jogam", explica Velázquez, nestas declarações a Bola Branca.

Maioria dos atuais convocados estarão no Qatar

Espanha e Portugal defrontam-se, no Benito Villamarín, ainda a meses do pontapé de saída no Campeonato do Mundo de 2022. Um torneio FIFA atípico pelas datas em que se disputará, em novembro e dezembro, mas no qual deverão marcar presença grande parte dos atletas agora chamados.

"O normal é que uma percentagem elevada destes jogadores possam chegar ao mundial, mas ainda faltam muito jogos e pode acontecer qualquer coisa", afirma.

Alavés caiu, mas nem tudo foi mau. Portugal (sempre) no horizonte

Júlio Velázquez pegou no Alavés a oito encontros do fim da Liga espanhola, tendo sido o terceiro treinador da temporada no clube basco.

O técnico não conseguiu evitar a descida de divisão, mas, ainda assim, faz um balanço positivo do trabalho desenvolvido.

O futuro, agora, ainda está em estudo, mas regressar a Portugal não é descartado. O treinador chegou pela primeira vez ao nosso futebol para orientar o Belenenses, no Restelo, tendo mais tarde passado por V. Setúbal e Marítimo, de onde saiu na época agora finda.

"Não há nenhuma frustração [pela descida do Alavés], porque quando chegamos davam-nos como mortos. Conseguimos que as pessoas voltassem a entusiasmar-se. Mas a margem de erro era muito baixa", reconhece.

Sem clube para a nova época, o treinador admite ter Portugal nos palnos, caso "surja uma oportunidade interessante, valorizarei essa hipótese. Portugal é a minha segunda casa. Na Liga de Espanha houve poucas mudanças, estou a analisar algumas outras propostas. E vamos ver, nos próximos dias e semanas, se começaremos a época em algum banco ou se esperamos. É importante fazer a escolha certa", finaliza Velázquez.

O Espanha-Portugal joga-se esta quinta-feira, às 19h45, com relato na Renascença e acompanhamento, ao minuto, em rr.sapo.pt.

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