Terminou a concentração de estudantes à porta da Faculdade de Letras de Lisboa, no entanto, os ativistas prometem estar esta sexta-feira no Campus de Justiça. Pelas 15h00 vai começar e ser lida a sentença dos colegas julgados por desobediência civil.
Perante o juiz, os estudantes afirmaram que a direção da faculdade consentiu as ações de protesto e que a ocupação foi sempre pacífica. Os quatro arguidos, do movimento "Fim ao Fóssil - Ocupa!", defendem que lutar pelo clima "não é crime".
Os estudantes detidos foram ouvidos esta segunda-feira pelo Ministério Público no Campus de Justiça, em Lisboa. MP propôs a suspensão do processo, mediante serviço comunitário de 40 horas e cinco meses sem registos de crime de invasão. Os ativistas recusaram esta "tentativa de silenciar a causa" e vão responder em tribunal, a 29 de novembro, pela ocupação da Faculdade de Letras da U. Lisboa.
A Terra pede cada vez mais atenção e os ativistas não se cansam de reforçar a emergência climática que se vive. As ações de protesto nem sempre são as mais convencionais. Recentemente, a tendência é atirar comida a pinturas de museus, mas as demonstrações conseguem ser tão arriscadas como se pôr à frente de carros de Fórmula 1.
Nos últimos dias, vários ativistas decidiram começar a servir ações de protesto "à la carte" – em obras de arte. “É suposto incomodar. Sabendo o que nós sabemos hoje, não é possível ir a um museu ver peças como se não estivesse nada a acontecer ao nível da emergência climática”, diz Sinan Eden, ativista do Climáximo. Pedro Pedrosa, CEO da Gaia Education, diz que a receção jocosa às ações dos ativistas é sintoma de um “elitismo mascarado” e de uma “moralidade política superior”. Estratégia adotada pelos ativistas pode "voltar-se contra uma causa que não só é justíssima como urgente”, alerta Joaquim Oliveira Caetano, diretor do Museu Nacional de Arte Antiga.
Céline Lebrun, mulher francesa do ativista, revelou à AFP que o marido ainda não foi libertado. "Faremos um comunicado quando ele estiver cá fora e no avião", acrescentou.
Manifestação visou alertar para o facto de, "passado um ano, as donas dos dois abrigos ilegais na serra da Agrela onde morreram os cães e gatos ainda não terem sido constituídas arguidas".