Siga-nos no Whatsapp
Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
A+ / A-

Estão de volta os tempos da jarra?

04 dez, 2024 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Os problemas à volta dos homens do apito nunca deixaram de existir.

Há muitos anos, quando o futebol português vivia em quase permanente turbulência, sobretudo por força de muitas arbitragens então mais do que discutíveis, um Presidente do Conselho de Arbitragem arrancou com uma novidade que fez furor durante algum tempo, mas de que nos últimos anos foi atirada para canto.

Tratou-se de Fernando Marques, um boavisteiro de gema, infelizmente já falecido, escolhido para dirigir a arbitragem, sobretudo porque naquela altura pôde representar uma certa independência que, por esse tempo, os dirigentes mais poderosos pretenderam levar por diante, para assim contrariar a maledicência permanente que se vivia com relação à arbitragem, e no seio da própria classe.

Apesar dessa pertensa paz, que tornou o futebol português um pouco mais saudável, a verdade é que os problemas à volta dos homens do apito nunca deixaram de existir.

E, ciclicamente, regressam as questões mais exacerbadas, nem sempre assentes em razões compreensíveis.

Em boa verdade, o quadro da arbitragem portuguesa não tem primado pela qualidade nos últimos anos. Nomes que tenham sido exaltados pelo produto dos seus trabalhos, contam-se com poucos dedos de uma só mão e, a nível internacional, o assunto tem-se revestido ainda de maior gravidade.

Os juízes portugueses não têm merecido as escolhas dos dirigentes europeus, tendo sido escolhidos apenas para alguns desafios de segunda escolha, e não em muito frequentes oportunidades. E agora, que Soares Dias resolveu bater em retirada, a situação ficou ainda mais empobrecida, prevendo-se que não haja grandes mudanças no futuro imediato.

Os casos da última jornada do nosso campeonato, sobretudo os registados em Alvalade, onde o juiz de campo não sancionou a formação visitante com duas muito claras grandes penalidades, que poderiam ter proporcionado ao jogo um desfecho diverso, passou a ser um dos mais discutidos na nossa praça pública, sem que, no entanto, daí possa resultar qualquer retorno para a equipa prejudicada.

E, por isso, o tema “jarra” voltou ao debate. E o nome de Cláudio Peeira, o árbitro do jogo, subiu assim ao primeiro plano, sendo reclamado o seu afastamento por algumas várias jornadas, já que as críticas ao seu trabalho surgiram de todos os quadrantes, sem excepção.

Não se sabe o que vai acontecer ao juiz de Aveiro, mas tudo aponta para que o assunto não tenha sido remetido pelos responsáveis para as calendas.

E, com ele, não deixará igualmente de ser afastado o VAR que o acompanhou e cujas responsabilidades não podem nem devem ser igualmente minimizadas.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.