13 set, 2024
O ex-Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luis Filipe Vieira, surgiu quinta-feira à noite perante os espectadores através do canal televisivo CMTV, para uma longa entrevista, superior a duas horas, disposto a acertar contas com algumas figuras que fizeram ou fazem parte do universo encarnado, com especial destaque para o actual presidente Rui Costa, com quem trabalhou anos a fio no comando do clube da águia.
A um ano de eleições no Benfica, tratou-se de uma estratégia cirúrgica que visou, sobretudo, desgastar a figura de Rui Costa, por forma a evitar que este volte a candidatar-se a nova consulta à massa associativa, daqui por treze meses.
Além disso, num período em que se vive alguma instabilidade no universo encarnado, e em que a equipa de futebol passa por momentos pouco condizentes com as suas legítimas ambições, a forma cáustica como o antigo presidente abordou a conversa televisiva deixa perceber que este poderá não ter sido o tempo mais recomendável.
Uma das principais intenções do jornalista/entrevistador tinha, à partida, a ver com a hipótese de Vieira voltar ou não a ser candidato ao lugar que ocupou durante mais de vinte anos. Tratou-se de uma questão à qual foi dada uma resposta dúbia e pouco segura, mas que deixou nos observadores a convicção de que o ex-presidente poderá voltar ao sufrágio se, entretanto, ultrapassar alguns problemas que por ora ainda se lhe colocam.
Para Vieira, que se sentiu traído por Rui Costa ao longo deste tempo em que se sentou na cadeira presidencial, este é o principal responsável por todos os males que afectam o clube, e o colocam numa situação grave, que poderá vir a sofrer ainda outras piores consequências, se entretanto, nada for feito para alterar o actual quadro dirigente, onde Vieira nota falta de capacidade e competência, em especial a começar pelo seu líder.
Veremos a seguir, já a partir de amanhã, que espécie de contributos a entrevista de quinta-feira terá dado ao comportamento da equipa principal do futebol, afinal o grande barómetro e a trave mestra da colectividade encarnada. A situação actual já não é brilhante e, complicá-la ainda mais, poderá acabar por antecipar as eleições em relação à data prevista.