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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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Nova era sem calculadora

24 jun, 2024 • Opinião de Ribeiro Cristovão


À selecção de Portugal bastaram dois jogos para dar conta aos adversários de que devem contar com o seu elevado grau de produtividade.

Já não é preciso fazer contas como antigamente. Esse arreigado hábito da nossa selecção, posto à prova em competições internacionais há muitos anos, está, por agora, posto de parte e confrontado com uma realidade bem diferente.

À selecção de Portugal bastaram dois jogos para dar conta aos adversários de que devem contar com o seu elevado grau de produtividade, depois das dúvidas que sobraram após o primeiro desafio com a República Checa que vencemos, embora por entre alguma justificada inquietação.

O jogo contra a Turquia ajudou a desvanecer sombras, sobretudo instaladas em alguns espíritos nos quais mora, por hábito ou por feitio, uma permanente e teimosa descrença.

A mais do que provável vitória portuguesa nunca esteve em causa, mas esse desfecho ficou definitivamente à vista quando, de forma insólita, chegámos à vantagem de dois golos, atirando borda fora uma selecção que entrara em campo com algumas ilusões, sonhando que seria possível contrariar a reconhecida superioridade lusitana.

Postos os jogadores em primeiro plano, todos os jogadores, também é justo acrescentar que Roberto Martinez contribuiu igualmente com o seu quinhão, ao colocar em campo aquele onze que sempre pareceu mais ajustado para preencher as necessidades.

As escolhas para o desafio anterior haviam sido algo equívocas, pelo menos do nosso ponto de vista, apesar de nem isso ter obstado à vitória das nossas cores.

Ao contrário, com a Turquia, a exibição atingiu quase a perfeição, deixando bons indícios de que temos gente para chegar longe neste Campeonato da Europa.

Todos cumpriram, embora se possam acrescentar aqui algumas merecidas notas individuais.

Desde logo, para os veteranos Pepe e Cristiano Ronaldo, sempres fontes vivas capazes de alimentarem os demais, com Vitinha e João Cancelo também a sobressaíram, pela qualidade que acrescentaram ao jogo e pelo grande contributo que deram para a vitória final.

Mas Cristiano Ronaldo, sempre ele, merece uma nota aparte: voltou a não marcar, é verdade, mas repetiu, no estádio de Dortmund, a imagem do nosso melhor jogador de sempre, acrescentando-lhe a novidade do acto altruísta que levou a bola dos seus pés para o companheiro Bruno Fernandes fazer o terceiro golo.

Mais do que tudo, esse momento reforçou igualmente o espírito de grupo que já era visível nos convocados, e que bem pode contribuir para que o sucesso final acabe por se tornar em mais do que um sonho.

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