14 set, 2023
Quando olhamos lá para fora e vemos alguns treinadores portugueses em bolandas, damos por nós a pensar que, ainda assim, o melhor é virarmo-nos para o que acontece na nossa casa, onde há, todos os dias, motivos para os mais inodores debates.
Fernando Santos acaba de deixar a selecção da Polónia, para cujo comando entrara já com a espada sobre a cabeça.
Todos sabemos que os polacos vivem momentos muito difíceis, que muitas vezes não lhes permitem olhar para o futebol que têm e, melhor ainda, que por estes tempos não parece ser muito possível construir ali uma selecção de qualidade, como nos seus velhos tempos.
Lewandovsky é a estrela maior e quase única do conjunto, mas é fácil concluir que não está nos seus melhores momentos, o que acontece, inclusive, no Barcelona, o clube para o qual se transferiu depois de tempos áureos no Bayern de Munique.
Depois da escassa produção registada em seis desafios, a Polónia está seriamente embaraçada pelo facto de ver a sua qualificação para o Euro 2024 cada vez mais distante.
Paulo Sousa, já em tempos renunciara ao futebol daquele país do leste europeu, agora Fernando Santos viu a desgraça bater-lhe também à porta, através de um despedimento de que não se conhecem pormenores.
Pepa é outra figura em destaque. Tendo demandado o Brasil em busca da mesma glória que tem bafejado Abel Ferreira no Palmeiras, acaba de sair amargurado, pela porta pequena, do Cruzeiro de Belo Horizonte. E porque muitos treinadores portugueses andam por aquelas bandas sul-americanas, a outros poderá estar reservada a mesmo sorte se a bola entretanto não entrar nas balizas adversárias.
Por cá, exceptuando o Vitória de Guimarães, que já mudou duas vezes de treinador, alguns dos demais dezassete da primeira liga,continuam a ver onde param as modas: disputaram-se apenas quatro jornadas, mas já começa a haver por aí alguns que suspiram de desalento trocando, à noite, com o seu travesseiro ideias que podem desembocar em próximas mudanças.
Depois de uma paragem de duas semanas o nosso campeonato está de regresso para, todos o desejamos, iniciar uma nova marcha, sem as convulsões que já marcaram estes primeiros conturbados tempos.
Por isso, será bom que os agentes mais chegados ao jogo repensem comportamentos, e ajudem a que o futebol português saia da jaula fechada em que persiste viver.
As competições da Uefa também vão começar dentro de poucos dias, e bom será que entremos de facto na Europa, em toda a sua plenitude.