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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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Um apagão para durar

05 set, 2023 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Tratando-se de um erro de facto, não há nenhuma violação clara das regras do futebol, o que torna inconsistente o protesto dos dragões.

Quando estamos em vésperas de voltar ao trabalho na fase de qualificação do próximo Campeonato da Europa, com a nossa selecção à espera de um compromisso duplo que não deve trazer grandes novidades, eis que, de repente, um jogo que não parecia ficar na história, entra pelas nossas casas dentro, arrastando consigo a promessa de que vai instalar-se por largo tempo.

Referimo-nos ao insólito FCPorto-Arouca que, no domingo à noite, deu início a uma polémica inesperada, que agora parece longe do fim.

O jogo, o que mais devia interessar mas que está a passar completamente ao lado, acabou com um empate a um golo, coroando mais uma exibição sem qualidade dos comandados à distância por Sérgio Conceição.

As trapalhadas que aconteceram e levaram o embate a prolongar-se por 27 minutos -4 na primeira parte e 23 na segunda-, chegaram já às instâncias de justiça das entidades do futebol, com os portistas a reclamarem a repetição do jogo, por considerarem que houve irregularidades com o VAR, que teve um apagão em momento crucial do mesmo.

Dizem os especialistas que face ao protocolo que rege o tratamento daquele importante instrumento de ajuda aos árbitros, o protesto portista não tem “pernas para andar”, dado não estarem em causa nem a integridade da competição nem sequer da verdade desportiva.

Tratando-se de um erro de facto, não há nenhuma violação clara das regras do futebol, o que torna inconsistente o protesto dos dragões.

Este apagão, que quanto a nós está para durar, foi ontem um alvo especialmente visado pela imprensa estrangeira, sempre pouco ou nada atenta ao campeonato português, mas que o mimoseou sem piedade, também porque o consideram marcado pela falta de qualidade.

A “ história” promete trazer-nos ainda outros capítulos.

É um bom sinal de que os assuntos importantes do futebol português continuam irrelevantes.

As “histórias” que é capaz de gerar são, muitas vezes, o que mais interessa.

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