23 jan, 2018 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
2.200. Talvez pouco mais do que isto.
É o número de jovens portugueses entre os 15 e os 18 anos que não têm telemóvel.
0,4%, em quase 560 mil pessoas nesta faixa etária. O cenário resulta de um conjunto de inquéritos realizados por investigadores do INESC - Inovação do Instituto Superior Técnico (IST) entre 2010 e 2016.
O universo foram 130 escolas secundárias de todo o país.
Estes 0,4 por cento são a reduzidíssima excepção, um verdadeiro achado nesta geração de jovens cada vez mais agarrados aos smartphones.
Porque ter um telemóvel é algo que acontece cada vez mais cedo: mais de 60% dos jovens teve o primeiro equipamento entre 10 e os 12 anos. E a partir dos 13/14, a presença de telemóvel já é praticamente regra entre todos os jovens.
E em alguns casos em duplicado. Um em cada sete adolescentes portugueses - 15% - têm, não um, mas dois ou mais telemóveis.
Que já não são meros equipamentos para telefonar ou enviar e receber SMS. O telemóvel também faz chamadas.
Mas é cada vez mais utilizado nas aplicações da moda: Facebook, Twitter e Instagram, Youtube, Snapchat, Spotify, Whatsapp e Viber que estão a ganhar aos pontos às mensagens escritas. Agora imagine: se um jovem envia, em média, 75 SMS no espaço de 24 horas, imagine quantas não envia pelas novas aplicações.
Talvez por isso não seja de admirar que, por onde quer que passe - seja no café, à porta de uma escola, no metro ou no autocarro - não há miúdo que não esteja de olhos colados na tela.
O mundo todo - o mundo deles, bem entendido - cabe-lhes no telemóvel. E desligam-se do mundo exterior.
As relações interpessoais cara a cara vão sendo substituidas por relações por mensagens trocadas no mundo virtual.
E os dados do INOV - INESC indicam que a utilização do 3G e 4G no smartphone registou um aumento muito significativo.
Aliás, o semanário "Sol" também olhou para os números e acrescenta que no ano lectivo de 2010/2011, apenas 35% dos jovens tinham telemóveis de última geraçao. Agora mais de 89% usam os dispositivos para navegar online.
E cerca de metade (48%) respondem que a internet é o principal serviço que usam no seu dispositivo.