Tempo
|
O Mundo em Três Dimensões
Números que contam histórias de segunda a sexta-feira (05h40, 17h50 e 21h05).
A+ / A-
Arquivo
O Mundo em Três Dimensões - Dentistas - 03/10/2017

O Mundo em Três Dimensões

Falta de dinheiro afasta portugueses do dentista

03 out, 2017 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)


Fica de mau humor ou com medo de cada vez que sabe que tem de entrar no consultório? E já agora, vai ao dentista regularmente ou só lá põe os pés quando já não aguenta as dores? Duas vezes por ano. É a periodicidade mais consensual entre os especialistas. Só que a realidade dos portugueses parece não seguir essas recomendações. Hoje é Dia Mundial do Dentista.

De acordo com dados da Comissão Europeia e da OCDE relativos a 2016, um em cada três portugueses não consulta o médico dentista, alegando razões económicas. Um problema que, segundo o relatório "Health At Glance", triplicou entre 2008 e 2014.

Aliás, o mais grave mesmo é que Portugal é o país europeu que registou o aumento mais significativo de utentes que referiram não ter recorrido ao médico dentista. Primeiro porque não tem dinheiro, depois porque tem de esperar muito tempo por uma consulta e finalmente por causa das distâncias.

E estes dados parecem confirmar as conclusões do Barómetro Nacional de Saúde Oral da Ordem dos Médicos Dentistas: em 2015, o estudo da consultora QSP revelava que a crise económica e financeira tinha tido impacto no acesso dos portugueses à saúde oral.

16% dos inquiridos admitiram que passaram a ir menos vezes ao dentista nos 12 meses anteriores. E nesse grupo em particular, três em cada cinco justificaram a decisão com razões monetárias.

E se isto não é bom nos adultos, o que dizer no caso das crianças? Um estudo recente, que envolveu várias instituições do Porto, concluiu que duas em cada cinco crianças portuguesas com seis anos apresentam cáries dentárias.

Só que com a idade, o problema torna-se mais grave. Este mesmo estudo indica que o intervalo aperta para dois em cada três quando chegam aos 18 anos.

Não é propriamente novidade que Portugal é um país a vários ritmos. Entre grandes centros urbanos e zonas mais desertificadas, a realidade transforma-se radicalmente.

De acordo com a Pordata, existe actualmente em Portugal um médico dentista para 1.125 habitantes.

Só que isto é a média nacional: Porto e Lisboa estão sempre mais bem servidos. E isso também não é novidade.

O problema são as regiões periféricas, com menos habitantes. O Alentejo é a zona do país com pior rácio. De acordo com a média elaborada com base nos números da Ordem dos Médicos Dentistas, entre o litoral e o interior alentejano, a região apresenta um rácio de um médico dentista para 2.400 habitantes.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • antonio silva
    19 out, 2017 Sezimbra 14:11
    Uma simples coroa com espigão 500 euros. Um mês de vencimento minimo? Algo está mal nesta Republica das Bananas ou então é roubar vilanagem... O Governo o que diz a isto? Nada. VERGONHA...Não existe subsidios ou regulação dos custos e existe dinheiro para aumentar enfermeiros e companhia que se dizem "licenciados" para justificarem tal aumento? Este governo está caduco e só pensa em cedencias aos FP para obter os seus votos. VERGONHA
  • VICTOR MARQUES
    06 out, 2017 Matosinhos 17:19
    Realmente, o dinheiro não dá para tudo. Ou Futebol ou...