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João Ferreira do Amaral
Opinião de João Ferreira do Amaral
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Crescimento, ou a falta dele

15 dez, 2022 • Opinião de João Ferreira do Amaral


Por que razão a economia portuguesa cresce tão pouco desde o início do século?

Como todas as questões relativas ao crescimento económico, esta interrogação não tem uma resposta simples por parte dos economistas. Compreende-se porquê. A mobilização de uma sociedade para o crescimento está longe de ser um fenómeno estritamente económico.

No entanto, podemos, pelo menos, apontar algumas falhas que, do ponto de vista económico, têm contribuído para que o comportamento da nossa economia seja tão fraco no domínio do crescimento.

Dentre essas falhas há uma que salta imediatamente à vista: o valor do stock de capital está estagnado desde 2007.

Por stock de capital os economistas entendem o valor de todos os equipamentos produtivos (máquinas, edifícios, material de transporte, etc) existentes num dado momento.

Ora a teoria económica ensina-nos que o aumento do stock de capital é necessário – embora não suficiente - para que haja crescimento. Se o stock de capital estagna, estagna a economia mesmo que outros fatores produtivos, também essenciais, como seja a qualificação da mão-de-obra melhorem, o que aliás tem sucedido em Portugal.

Portanto, a pergunta inicial pode reduzir-se a esta: porque cresce tão pouco o stock de capital? Ou, o que é o mesmo, porque não cresce suficientemente o investimento em equipamentos?

É porque não há lucros que incentivem as empresas a investir? A verdade é que não é isso que as estatísticas mostram. É porque a carga fiscal é demasiado elevada? Talvez, mas não está ainda demonstrado. É porque há burocracia a mais? Sem dúvida, mas não será o único fator.

Uma coisa é certa: é essencial avançar com uma política de investimento que atue em várias frentes simultaneamente e não se fique apenas pelos financiamentos comunitários.

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