02 dez, 2022
A zona euro foi-nos apresentada nos anos noventa como uma garantia de estabilidade e progresso para a economia europeia. Na realidade, isto é o que nos dizia a propaganda comunitária da época, pois verdadeiramente os objectivos da zona euro eram políticos.
Mas não desenvolvamos este tema que nos levaria longe. A ironia do destino está em que um projecto supostamente de estabilidade e progresso se transformou exactamente no seu contrário: um projecto de estagnação e instabilidade.
A zona euro tem crescido muito pouco. E a instabilidade é permanente, principalmente desde 2008.
De tal forma esta instabilidade está incrustada que já se considera em crise uma economia que tem 9% de inflação e que apesar de tudo ainda cresce embora muito pouco. E tanto se fala de crise que é possível que se gerem expectativas tão negativas que a profecia acabe por se realizar.
Porquê isto? A resposta é simples. As instituições que governam a zona euro eram defeituosas à partida e, com o aumento do endividamento de grandes países da zona estão agora mais defeituosas ainda e complicam mais do que resolvem. Por uma razão principal: é que é impossível com esta zona euro encontrar caminhos de política económica que sejam equilibrados face aos interesses muitos diversos e conflituantes dos países do euro.
Na expressão popular, a zona euro tornou-se um complicómetro.
Não têm grande futuro os estados ou os espaços políticos que persistem em instituições que complicam.