28 nov, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença João Duque considera que é possível aumentar as pensões, mas alerta que o cenário é imprevisível.
O Parlamento vota, esta quinta-feira, a proposta de aumento adicional de 1,25% das pensões até 1.550 euros, mas o Ministro das Finanças já veio dizer que pode haver problemas para as contas públicas.
"Desde 2015, houve 10 aumentos extraordinários de pensões e, mesmo assim, elas ainda são baixas”, aponta.
Questionado sobre se o país suporta este aumento, o economista refere que “olhando para as contas, na forma como estão a ser votadas, temos aqui um benefício a favor do orçamento”.
“Imaginando que nós queremos mesmo um orçamento equilibradinho, que é a não descida em 2% do IRC, portanto, uma descida de 1%, significa um impacto menor, em termos de quebra de receita, pelo que, também, podemos usar essa folga para compensar um aumento potencial das pensões”, assinala.
João Duque lembra, no entanto, que, “se o ano não correr tão bem e, se houver uma derrapagem em termos de crescimento, naturalmente, que a receita fiscal vai ser menor, por um lado, e isso afetará o equilíbrio”.
E é previsível que isso aconteça, que haja um crescimento menor do que o esperado?
João Duque recorda que “nós tínhamos um orçamento com um saldo previsto de 800 milhões de euros, em termos de contabilidade nacional – 860 -, se nós tirarmos daqui 200 e tal, ficamos só com 600 e, portanto, é uma folga já pequenininha para podermos enfrentar o ano com algum descanso e é possível que as coisas não corram tão bem”.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, o economista diz que estamos perante “um momento de grande instabilidade e de grande imprevisibilidade, porque não sabemos como é que Donald Trump vai entrar e de que forma é que a economia mundial vai reagir a essa entrada que não vai ser uma entrada suave”.
“Estamos à espera de uma alteração, um abanão, vamos ver se isso é bom ou mau para nós. É sempre imprevisível”, sublinha.