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"Governo dá sinal de aproximação ao PS"

João Duque

"Governo dá sinal de aproximação ao PS"

01 out, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


João Duque analisa o recuo do Executivo em relação ao IRC.

O comentador da Renascença João Duque nota que o “Governo dá sinal de aproximação ao PS”, ao deixar cair uma descida concreta do valor do IRC.

Esta terça-feira, é assinado o acordo da Concertação Social em que o Governo deixa cair uma descida concreta do valor do IRC. Falava-se em 2%, agora deixa o valor em aberto para descer até 2028.

Na visão de João Duque, isto é “um passo em aproximação ao Partido Socialista e à proposta do Partido Socialista em manter as taxas, aparentemente, as taxas nominais de IRC e, eventualmente, abrindo, se calhar, a porta para um outro tipo de negociação em que se possa alterar ou beneficiar empresas em sede de IRC, mas que façam um determinado tipo de investimentos, procurem determinado tipo de setores, etc.”.

“Temos aqui, penso eu, uma aproximação do Governo, em relação ao Partido Socialista”, assinala.

Questionado sobre a intransigência de Pedro Nuno Santos, relativamente ao Orçamento do Estado, o economista diz que não gosta de ver esta aproximação na praça pública, “porque isto torna aparentemente mais frágeis os líderes que fazem a negociação”.

“Quando não há, de facto, fragilidade, quando as pessoas se aproximam, pelo contrário, penso que é um ato de coragem e de sobreposição de valores, quando as partes se aproximam para chegarem a um negócio, relativamente ao IRC, ao país e ao orçamento”, assinala.

Para Duque, a negociação não devia acontecer na praça pública, mas “num gabinete entre os líderes e, no final, sabíamos o resultado das negociações”.

Face ao esforço de aproximação por parte do Governo, com esta ação, no que diz respeito ao IRC, o professor diz que é expectável que Pedro Nuno Santos possa também ceder um pouco.

“Penso que sim. Há espaço para isso, até porque, no limite, podíamos suspender a descida do IRC para 2025 na totalidade e, portanto, temos aqui um chegar-se à linha vermelha do Partido Socialista. Resta a outra questão grave para o Partido Socialista, que é o IRS Jovem. Vamos ver como é que aqui pode haver uma aproximação”, observa.

Por fim, o comentador admite que há margem para a alteração do IRS Jovem, considerando que “o Partido Socialista poderá também rever aquilo que foi a sua proposta de IRS Jovem, que já está em ação, porque também não está a ser assim tão eficaz”.

“Os jovens continuam a sair e, portanto, isso significa que o rendimento não é assim tão atrativo”, remata.

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