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Estado equilibra orçamento com cortes no investimento

João Duque

Estado corta no investimento para equilibrar orçamento

27 dez, 2021 • Filipe d'Avillez


A subida das taxas de juro é razão para preocupação nos próximos anos, avisa o economista e comentador.

O economista e comentador d'As Três da Manhã, João Duque, vê com bons olhos a esperada redução do défice mas teme que esta seja conseguida à custa de cortes no investimento.

No seu habitual espaço de comentario, esta segunda-feira de manhã, João Duque disse esperar que haja uma contenção nas contas do Governo.

"A minha expetativa é que este ano haja uma contenção e uma contenção em termos absolutos e em termos relativos, porque o PIB já cresceu um bocadinho, face ao ano passado. Ainda não recuperámos o nível de 2019, mas em termos relativos uma descida do défice em termos absolutos, e uma subida do PIB, quando se dividem um pelo outro, a relação melhora. Por isso estou à espera que o resultado seja francamente melhor que o ano passado."

Contudo, não deixa de revelar alguma preocupação com os métodos. "Este ano, no fim de outubro íamos apenas em 60% do que estava orçamentado em investimento. Isto é muito dinheiro. Por isso a minha expetativa é que o Governo vai fazer mais uma vez o equilibrio à custa do sacrifício do investimento."

Esta é uma metodologia que põe em causa o desenvolvimento do país, diz.

"Isto começa a notar-se nos serviços de saúde, nas infraestruturas, porque não é possível não fazer investimento, pelo menos de reposição, à custa de um benefício da despesa corrente. Vai-se gastando com pessoas, fornecimentos de serviços, vai-se até fazendo crescer bastante a despesa, mas à custa de uma maior contenção do investimento. E isso é grave, porque compromete o desenvolvimento do país. Portanto estejamos atentos a isso."

Outra área que merece atenção, e preocupação, é a do aumento das taxas de juro. "Ainda estamos num momento de grande descida e já estamos a gastar mais em juro do que estávamos a gastar no final de outubro do ano passado. Portanto, como há um crescimento do valor da dívida acumulada, e estamos sempre a acumular dívida, receio muito para os anos subsequentes."


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