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Jacinto Lucas Pires-Henrique Raposo
Um escritor, dramaturgo e cineasta e um “proletário do teclado” e cronista. Discordam profundamente na maior parte dos temas.
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Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo - Meco, praxes e tribunal europeu - 15/01/2020

​H. Raposo

Caso Meco. “Praxe é ridícula e não faz sentido absolutamente nenhum em 2020”

15 jan, 2020 • Miguel Coelho , Cristina Nascimento


Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou Portugal por considerar que a investigação não satisfez os requisitos referentes à proteção do direito à vida. Raposo espera que Ministério Público evite “uma espécie de birra corporativa“.

O comentador da Renascença Henrique Raposo considera que “a praxe é ridícula e não faz sentido absolutamente nenhum em 2020”.

“Aquilo que continuo a ver na cidade de Lisboa na altura das praxes é ridículo. E na época do #metoo aquilo que se faz às miúdas é absolutamente inaceitável”, acrescenta o comentador.

O comentário surge a propósito da condenação de Portugal por parte do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem no caso da morte de seis estudantes universitários na praia do Meco. O tribunal europeu considerou que a investigação não satisfez os requisitos referentes à proteção do direito à vida.

“Espero que o Ministério Público não reaja com uma espécie de birra corporativa/nacionalista. Há que aceitar as críticas e seguir em frente”, disse ainda Raposo.

Já Jacinto Lucas Pires reconhece que é legítimo Portugal recorrer da decisão do tribunal europeu. “Espero que os argumentos jurídicos sejam fortes o suficiente e que isto não seja só uma espécie de mau perder”, diz.

Outro assunto em discussão no espaço de debate do programa “As Três da Manhã” foi as eleições no PSD, numa altura em que a liderança se disputa entre Rui Rio e Luis Montenegro. O escritor Jacinto Lucas Pires considera que os candidatos apresentam “táticas, mas não há ideias”. “Os discursos são pacotes sem sumo”, acrescenta.

Comentários
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  • João Lopes
    15 jan, 2020 12:45
    As praxes académicas são uma aberração anticivilizacional. No Carnaval ninguém é mobilizado e obrigado a participar e é lugar para o divertimento, exageração, caricatura e troça; as praxes são algo vazio, grotesco, alarve, violento e patético, sem significado cultural nem intelectual! As praxes são manobras de autoflagelação e servem para exercer um poder irracional, massacrando física e psicologicamente colegas mais novos. São manipulação, estupidificação e empobrecimento através de rituais de humilhação. Há um espírito de casta e exercem um poder discricionário bárbaro e repugnante! Não são os valores éticos, cognitivos e de liberdade que movem a sua ação! Não promovem a vida intelectual, científica, o bom gosto, a ética e a estética nos estudantes mais novos. Dizem que a praxe integra e desinibe: só se for para a bagunça, a bebedeira, a má criação, a desinibição sexual e a indolência intelectual! As praxes permitem que alguns estudantes “psicopatas perigosos”, encontrem o ambiente e a forma de expressar os seus baixos sentimentos sádicos, sobre gente amedrontada e indefesa. Os praxistas seriam certamente capatazes eficazes em campos de concentração nazis e comunistas: aí a dignidade da pessoa humana nunca foi respeitada…