Tempo
|
Jacinto Lucas Pires-Henrique Raposo
Um escritor, dramaturgo e cineasta e um “proletário do teclado” e cronista. Discordam profundamente na maior parte dos temas.
A+ / A-
Arquivo
Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo - Abusos sexuais na Igreja e situação na Venezuela - 25/02/2019

H. Raposo

Abusos sexuais na Igreja são oportunidade "para discutir fim do celibato obrigatório"

25 fev, 2019


Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires analisam esta segunda-feira a histórica cimeira promovida pelo Papa Francisco sobre abusos sexuais e a situação política e humanitária na Venezuela.

Henrique Raposo considera que o facto de Francisco ser um Papa jesuíta – “o primeiro da história” – é essencial para que a reunião sobre abusos sexuais no seio da Igreja Católica tenha acontecido.

Na opinião deste comentador, “a Igreja tem de deixar de reagir”, de estar “na defensiva” e passar para “a dianteira”.

“A questão da pedofilia é mais uma ferramenta para discutirmos o fim do celibato obrigatório. Sempre defendi o fim do celibato obrigatório. Há provas que o celibato, a partir de uma certa idade, é fator de risco adicional. Não é a causa da pedofilia, obviamente, mas a idade média do abusador dentro da Igreja é os 39 anos. É sinal de que os teus primeiros anos de sacerdócio correm bem, mas depois chega um ponto em que aquela prisão do celibato pode ser um fator de risco adicional”, sustenta Henrique Raposo.

Jacinto Lucas Pires considera que foi “uma grande coragem do Papa Francisco fazer esta cimeira” e que só trazendo as vítimas para o centro da questão “é que se percebe como é que o combate deve ser feito”.

Quanto à difícil situação que se vive na Venezuela, Henrique Raposo teme que se caminhe para uma guerra civil, visão partilhada por Lucas Pires, para quem estamos na “iminência de uma guerra que ninguém quer e que pode durar como na Colômbia”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • VIRIATO
    26 fev, 2019 CONDADO PORTUCALENSE 15:13
    Então quer dizer que os abusos em relações homossexuais tem que ser legalizado, ou seja poderemos ter legalizada a homossexualidade, nos representantes de Cristo.Haja vergonha no focinho de quem abre a boca para dizer...escrementos.
  • José
    26 fev, 2019 Lisboa 11:00
    Pelo contrário: abusos sexuais na Igreja são oportunidade para valorizar quem procura viver o celibato com a seriedade que este dom exige. Ao mesmo tempo, há que recordar que só abraça o celibato quem quer (e é chamado por Deus a isso). Ninguém é obrigado a ser padre, religioso ou a viver o celibato na vida laical. O próprio Papa referiu recentemente que "o celibato é um dom para Igreja. Não estou de acordo em permitir o celibato opcional." (Janeiro 2019)
  • João Lopes
    26 fev, 2019 Viseu 10:57
    Ninguém é obrigado a ser sacerdote e a permanecer sacerdote. Se o quer ser, é para procurar imitar Jesus Cristo que também viveu o celibato. Ser sacerdote não é uma profissão como outra qualquer. E na sociedade civil não haverá abusos sexuais? E não tem sido o ambiente artístico, político e muitos meios de comunicação que tantas vezes têm promovido o aborto, a eutanásia e outras disfunções sexuais e sociais: que originam um abandalhamento ético nas pessoas e na sociedade?