26 mai, 2023 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
Na análise à remoção de dois humoristas das redes sociais – um no Brasil outro em Portugal – por piadas, o primeiro com pessoas idosas, pessoas com deficiência e escravidão, e o segundo por tocar em pessoas com síndrome de Down, o comentador d’As Três da Manhã considera que “os limites do humor são os limites do Público e o sucesso do humorista”.
“Não ponham a lei em cima disto”, diz Henrique Raposo, argumentando que cada pessoa pode cancelar as coisas que considera de mau gosto.
Na perspetiva do comentador, “se colocamos um risco no que é aceitável ou não, nunca paramos de mexer esse risco e o que está em causa é a liberdade criativa do autor”.
Questionado sobre se tem que haver o direito a ofender, o comentador entende que sim, porque “a arte, o humor, o romance ofende, porque é uma navalha que corta a direito e que mostra coisas que a sociedade não quer ver”.
Para Henrique Raposo não se pode confundir uma personagem com o autor.
“Não confundam uma personagem com o autor. Muitas vezes, os humoristas encarnam numa personagem que é feita precisamente para chocar e entrar em terrenos de tabus”, explica.